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Pais, Pedro Caldeira (2018). O Humor nos Protestos Anti-austeridade. Espaços de discursos criativos e informais. X Congresso Português de Sociologia.
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P. M. Pais,  "O Humor nos Protestos Anti-austeridade. Espaços de discursos criativos e informais", in X Congr.o Português de Sociologia, Covilhã, 2018
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	year = "2018"
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TY  - CPAPER
TI  - O Humor nos Protestos Anti-austeridade. Espaços de discursos criativos e informais
T2  - X Congresso Português de Sociologia
AU  - Pais, Pedro Caldeira
PY  - 2018
CY  - Covilhã
AB  - Esta comunicação resulta de uma investigação que procurou compreender o papel do humor e do discurso criativo e informal em protestos e movimentos sociais em Portugal, nomeadamente entre 2011 e 2013. Durante este período, verificaram-se manifestações de grande dimensão, organizadas por movimentos como a Geração à Rasca (GR) e o Que se Lixe a Troika (QSLT), bem como pelas centrais sindicais, de modo a contestar políticas sociais e económicas de austeridade. O que motivou a investigação foi a hipótese da existência de muitas mensagens políticas de teor e alusões humorísticas nos protestos da GR e do QSLT, em contraste com o que parecia ser um discurso mais formalizado por parte dos sindicatos.
Deste modo, utilizando o método de Análise Crítica do Discurso, foram analisadas imagens de cartazes de um protesto do QSLT, que teve lugar a 15 de Setembro de 2012, e de uma manifestação organizada pelas centrais sindicais, a 14 de Novembro do mesmo ano. Para completar a análise, foram efectuadas entrevistas a cinco activistas pertencentes ao QSLT, e dois sindicalistas da CGTP que participaram em manifestações no período em questão.
Sendo confirmada uma utilização profícua de humor e discurso informal no protesto do QSLT, em comparação com uma linguagem historicamente formalizada no protesto dos sindicatos, esta investigação promove algumas conclusões. Em primeiro lugar, que tal se deve a um menor grau de institucionalismo da parte dos novos movimentos sociais em comparação com os sindicatos – nos quais ocorre uma maior centralização e hierarquização –, contribuindo para uma maior liberdade discursiva e, consequentemente, para a utilização de mais humor e informalismos linguísticos e comportamentais. Em segundo lugar, devido aos objetivos futuros coletivamente pouco definidos em movimentos como a GR e o QSLT, que se basearam numa identidade de resistência, mais efémera, promovendo assim um discurso mais disperso. Em terceiro lugar, devido a uma cultura de protesto positiva, sendo que nesses movimentos e manifestações os ativistas procuravam criar um ambiente otimista, de partilha reivindicativa e relacional. Por último, devido à preocupação, por parte de muitos dos ativistas, em recriar a sua comunicação, tanto linguística como esteticamente, o que, argumenta-se, teve influência no discurso geral que se verificou em tais protestos. Nesta investigação foram também discutidas as vantagens do humor no que diz respeito ao protesto e mudança social, nomeadamente as funções que pode, ou não, suportar. Assim, destaca-se o papel positivo
que o humor pode deter na divulgação de um problema social no âmbito público, tendo a capacidade de atrair a atenção mediática, o que contrasta com a sua pouca utilidade aquando da discussão formal e política do mesmo.
ER  -