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Delgado, P., Alexandre, J., Oliveira, J., Carvalho, H. & Carvalho, J. M. S. (2018). Papel do ócio no bem-estar subjetivo das crianças. In Congreso Internacional de Pedagogía Social: Pedagogía social, investigación y familias, SIPS 2018. (pp. 43-58). Palma
J. Delgado et al., "Papel do ócio no bem-estar subjetivo das crianças", in Congreso Internacional de Pedagogía Social: Pedagogía social, investigación y familias, SIPS 2018, Palma, 2018, pp. 43-58
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TY - CPAPER TI - Papel do ócio no bem-estar subjetivo das crianças T2 - Congreso Internacional de Pedagogía Social: Pedagogía social, investigación y familias, SIPS 2018 AU - Delgado, P. AU - Alexandre, J. AU - Oliveira, J. AU - Carvalho, H. AU - Carvalho, J. M. S. PY - 2018 SP - 43-58 CY - Palma UR - http://www.sips2018.com/15235/section/15887/congreso-internacional-n-xxxi-seminario-interuniversitario-de-pedagogia-social_-pedagogia-social-in.html AB - O bem-estar subjetivo/ Subjetive well-being (SWB) constitui uma importante dimensão no estudo da qualidade de vida das crianças (Ben-Arieh, Casas, Frønes, & Korbin, 2014; Bradshaw, 2015; Casas, 2016). Nos últimos anos, têm sido realizados estudos regulares que analisam o bem-estar subjetivo das crianças incluídas na população em geral, no âmbito do Children World Project (http://www.isciweb.org.). Os estudos do SWB sublinham a importância da participação das crianças relativamente às decisões que afetam a sua vida, em dimensões como a educação, a rede de amigos e a utilização do tempo livre (Casa & Rees, 2015; González et al., 2015; Sarriera et al., 2015). A estabilidade, o sucesso educativo, uma relação afetiva e comprometida com os cuidadores, a existência de uma rede social de amigos, e a realização de atividades de tempo livre, atuam como fatores compensadores, que potenciam o sentimento de bem-estar (Lee & Yoo, 2015). A vivência numa sociedade em que o tempo é um bem escasso e o bem-estar parece estar associado ao consumo e à posse, como necessidades indispensáveis para a felicidade dos seres humanos (Alves, 2014), coloca em evidência a importância da qualidade daquilo que se faz no tempo disponível e não necessariamente na quantidade de tempo disponível. Neste sentido, assumem particular relevância os tempos livres e a forma como estes se transformam em ócio, numa experiência enriquecedora que nos permite entender o mundo de forma diferente (Cuenca, 2011), contribuindo para a igualdade de oportunidades e para a democratização da vida em comum (Caride, 2012). Partindo de uma linha de estudo que encara o tempo livre como um tempo formativo e de intervenção educativa (Araújo, 2011), na qual o tempo livre diz respeito a uma fração do tempo disponível, percecionamos o ócio como uma forma positiva de utilização dessa fração do tempo disponível (Peñalba, 2001). O International Survey of Children’s Well-Being (ISCWeB), da Children’s Worlds, envolve países em todos os continentes e recolhe dados relativos à vida das crianças, às suas atividades diárias, à sua utilização do tempo e, em particular, às suas perceções e avaliações do seu bem-estar. O objetivo é melhorar o bemestar das crianças, divulgando o conhecimento sobre a sua vida quotidiana na família, e na comunidade, e promovendo a compreensão das suas convicções, do seu grau de satisfação com o meio e com as relações que mantêm. Ambiciona igualmente influenciar os líderes de opinião, decisores, profissionais e o público em geral, nos países que participam no projeto bem como no panorama internacional. As dimensões abrangidas pelo ISCWeB são as seguintes: casa; saúde; objetos materiais; utilização do tempo; relações interpessoais; escola; zona em que vive; dados pessoais. Inclui itens de três escalas psicométricas sobre o SWB: PWI (Personal well-being Index); SLSS (Student´s Life Satisfaction Scale); e OLS (Overall life satisfaction). A primeira fase do projeto começou em 2009, abrangendo 14 países numa pesquisa piloto em grande escala, e contou com a participação de 34.500 crianças (Tamar & Rees, 2014; Tamar & Ben-Arieh, 2015; Tamar, Main, & Fernandes, 2015). A recolha dos dados relativa à segunda fase decorreu a partir de 2013, abrangendo 19 países, e teve a participação de 53.000 crianças. Os principais resultados do estudo encontram-se compilados em diferentes publicações: Chidren’s Worlds, 2016; Rees, Bradshaw, & Andresen, 2015; e Rees & Main, 2015. A terceira fase do estudo arrancou em 2016 e prolonga-se até 2019. Este trabalho centra-se na análise do bem-estar subjetivo, focando-se particularmente na utilização do tempo livre na vida das crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos de idade. Os resultados da aplicação do questionário utilizado no International Survey of Children´s Well-Being (ISCWeB – Children´s worlds), no decurso da segunda vaga, em 2013, numa amostra de crianças do 3º, 5º e 7º anos de escolaridade de escolas públicas da área metropolitana de Lisboa (N = 764), mostram que existe, particularmente para as crianças de 5º e 7º anos (12-14 anos) uma correlação positiva e significativa entre a felicidade que sentem na forma como utilizam o seu tempo e a sua vida como um todo (r = .487, p < .01) e o seu autoconceito (r = .564, p < .01). Numa perspetiva longitudinal, estes dados são comparados com as 67 respostas já recolhidas aos questionários da 3ª vaga, para a mesma idade, em fase de aplicação em 2018 no distrito do Porto. O objetivo é englobar, no final, um grupo de 300 crianças. ER -