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Almeida, Maria Antónia (2019). Mujeres esclavas en Portugal: resistencias cuotidianas y representaciones en el arte. Simpósio Internacional Género y Resistencia. Gender and resistance.
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M. A. Almeida,  "Mujeres esclavas en Portugal: resistencias cuotidianas y representaciones en el arte", in Simpósio Internacional Género y Resistencia. Gender and resistance, Santiago do Chile, 2019
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TY  - CPAPER
TI  - Mujeres esclavas en Portugal: resistencias cuotidianas y representaciones en el arte
T2  - Simpósio Internacional Género y Resistencia. Gender and resistance
AU  - Almeida, Maria Antónia
PY  - 2019
CY  - Santiago do Chile
UR  - http://historia.uc.cl/index.php/icalrepeat.detail/2019/05/28/1073/53/simposio-internacional-qgenero-y-resistenciaq.html
AB  - Em Portugal a Questão Agrária e o eterno problema do abastecimento alimentar ocupou os governantes e os principais teóricos ao longo dos séculos. As causas da deficiente autossuficiência foram tradicionalmente atribuídas à falta de mão de obra. Desde as Leis das Sesmarias no século XIV que se tentou a fixação das populações em meios rurais para aumentar a produção agrícola. Em 1655 o Padre Manuel Severim de Faria descreveu as causas da falta de população do Alentejo e argumentou sobre a necessidade do uso de mão de obra escrava. Este foi um dos motivos para a importação de escravos africanos para os territórios agrícolas, aliado à resistência física à malária que dizimava os trabalhadores nos campos de cultivo de arroz. A anemia falciforme que predomina nas populações da África Subsaariana torna este grupo particularmente resistente à doença. O que foi verificado empiricamente no século XVI veio a comprovar-se cientificamente no século XX, ao mesmo tempo que as fontes históricas sobre a maior prevalência de escravos africanos nos arrozais foram confirmadas por estudos e mapeamentos genéticos recentes. 
Mas o uso de escravos não se limitou aos trabalhos rurais. Lisboa e algumas cidades do Alentejo chegaram a ter mais de 10% da sua população do século XVI na condição de escravo, ocupados em trabalhos domésticos, artesanais e de comércio. Muitos pertenceram a confrarias, uma forma de associativismo que contribuiu para a libertação de outros escravos e para a organização de cerimónias religiosas e de sociabilidade. 
Analisa-se assim a escravatura em Portugal nos séculos XVI e seguintes: motivações, caraterísticas, descrição e questão do género, debruçando-se sobre bibliografia especializada, particularmente as obras de José Leite de Vasconcelos (1933), Albert Silbert (1966) e Álvaro Ferreira da Silva (1993), incluídos em temas mais vastos, e em estudos específicos de José Ramos Tinhorão (1988), João Pedro Marques (1999), Arlindo Caldeira (2017), Maria do Rosário Pimentel (1995) e Jorge Fonseca (1996, 1997, 2016). Este último apresenta-nos estatísticas importantes para o sul do país: Montemor-o-Novo, Évora, Vila Viçosa e Faro. 
As necessidades específicas ligadas ao trabalho doméstico são aqui descritas, particularmente no que diz respeito às funções desempenhadas pelas mulheres como criadas de servir, cozinheiras e vendedeiras. As histórias de vida destas escravas são de difícil acesso para o historiador, mas podem ser abordadas a partir de algumas fontes, como as artísticas, em especial a pintura e a azulejaria. Existe um património disperso por museus, antigos conventos, hospitais e casas particulares que nos surpreende com representações do quotidiano de africanas e africanos em trabalhos domésticos e como criados de fora. 
No que diz respeito a conflituosidade, Arlindo Caldeira realizou uma investigação sobre os processos nos tribunais da Inquisição, especialmente por queixas de maus tratos e tentativas de fuga, que nos dá um retrato com um grau elevado de pormenor sobre formas de resistência. 
O conjunto destas fontes permite-nos concluir que a prática da cozinha, do artesanato e do comércio por parte destes escravos lhes permitia a compra da alforria e a conquista da liberdade. Até ao século XX esta população foi quase completamente absorvida pelos outros grupos étnicos, restando muito poucos vestígios da sua presença, que foram estudos pelo etnógrafo José Leite de Vasconcelos na zona do Sado (1920). 

ER  -