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Pintassilgo, S., Figueira,M, Paio, A. & Sousa, J. (2019). Pedagogia e Trabalho Colaborativo: Uma experiência de Articulação Curricular entre o Ensino Superior e o 1º ciclo do Ensino Básico. CNaPPES2019.
S. I. Pintassilgo et al., "Pedagogia e Trabalho Colaborativo: Uma experiência de Articulação Curricular entre o Ensino Superior e o 1º ciclo do Ensino Básico", in CNaPPES2019, Santarém, 2019
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TY - CPAPER TI - Pedagogia e Trabalho Colaborativo: Uma experiência de Articulação Curricular entre o Ensino Superior e o 1º ciclo do Ensino Básico T2 - CNaPPES2019 AU - Pintassilgo, S. AU - Figueira,M AU - Paio, A. AU - Sousa, J. PY - 2019 CY - Santarém UR - http://cnappes.org/ AB - A cultura de ensino remete para um conjunto de valores, crenças, hábitos que regem e medeiam as ações de todos os profissionais no seio de uma instituição, fornecendo um contexto para a adoção e desenvolvimento de estratégias específicas de ensino sustentadas e construídas ao longo do tempo. Nesse sentido, o trabalho colaborativo pode definir-se como um tipo específico de cultura que, em conjunto com a articulação curricular, em contexto educativo, se associa à inovação da prática pedagógica. Ao longo dos anos, as políticas educativas em Portugal vêm fomentando a operacionalização desses conceitos, nomeadamente, nos primeiros ciclos de ensino e ensino secundário. São disso exemplo a criação de agrupamentos agregando um maior número de escolas e de ciclos de ensino, a transdisciplinaridade e transversalidade dos conteúdos programáticos previstos e propostos e, mais recentemente, novas orientações sobre a avaliação de conhecimentos e competências, bom como a definição do perfil de aluno à saída do ensino secundário. Procura-se, por esta via, potenciar a melhoria de desempenhos e aprendizagens, fomentando práticas e experiências pedagógicas de ensino e aprendizagem dinâmicas, inovadoras e integradas. Os resultados dessas novas práticas são passíveis de avaliação e comparação internacional, através de inquéritos como o PISA (Programme for International Student Assessment), da OCDE, e outros instrumentos e indicadores definidos e harmonizados por instituições que produzem e divulgam informação estatística a nível nacional e internacional. Análises mais situadas e de natureza qualitativa revelam a pertinência do trabalho colaborativo e a articulação curricular como resposta à possível existência de diferentes ‘subculturas escolares’ (Abrantes, 2009: 43), nomeadamente, entre o 1º ciclo e os restantes níveis de ensino, decorrentes, por exemplo, de diferentes formações de professores. A literatura sugere que o trabalho colaborativo, que vem sendo desenvolvido em Portugal, ocorre em contexto de articulação curricular, considera anos curriculares e/ou ciclos sequenciais e áreas disciplinares semelhantes, não só porque assim está legalmente definido como pela maior facilidade de operacionalização da articulação nesses casos. Nos estudos consultados, os factores apresentados como obstáculos à implementação de projetos de articulação curricular, remetem para a falta de tempo e a carga administrativa no trabalho dos docentes e, também, para a valorização de uma forma de trabalhar tendencialmente isolada ou em grupos muito restritos, com conhecimento pessoal prévio e duradouro entre docentes. Ora, se estes fatores condicionam a prática entre anos curriculares sequenciais e áreas programáticas semelhantes, dentro um mesmo agrupamento, e se, em termos legislativos, não se prevê a articulação curricular fora deste âmbito, será difícil prever a existência de casos em se procure e até justifique o trabalho colaborativo e a articulação curricular entre ciclos de ensino díspares e em fases muito diferentes do percurso académico de um aluno. O projeto que se apresenta no âmbito desta comunicação surge, nesse sentido, como uma exceção, no sentido em que apresenta um projeto de trabalho colaborativo, ao longo de um ano letivo, entre uma turma do 1.º ciclo do ensino básico e uma turma do ensino superior. Procura-se, com este trabalho colaborativo, não apenas a articulação curricular, mas a promoção de um conjunto de aprendizagens, igualmente válidas para os estudantes dos dois grupos identificados, a partir de uma nova abordagem pedagógica. A concretização do projeto (que se estendeu já a um segundo ano de execução) alicerçou-se na parceria entre duas instituições, o ISCTE-IUL (com duas docentes de áreas disciplinares distintas – Demografia e Arquitetura – e um arquiteto, técnico de fabricação digital e inovação), e a escola EB1 do Bairro de S. Miguel, em Lisboa (onde esteve diretamente envolvida uma docente). Definiu-se como objetivo final do projeto o da construção, por parte dos estudantes, de um elemento didático (jogo/livro/puzzle), com uma estrutura sólida e possíveis elementos digitais. Esse elemento construiu-se a partir dos conteúdos programáticos identificados nas diferentes disciplinas do 1º ciclo e da oferta complementar da escola, bem como dos conteúdos da unidade curricular do ensino superior. Nesse sentido, privilegiou-se o desenvolvimento do conhecimento da realidade do país e o espaço de cidadania e de identidade cultural, a partir da análise de duas realidades territoriais distintas (interior/litoral), nas suas dimensões demográfica, territorial, ambiental, ecológica e social. A implementação do projeto considerou três fases fundamentais: 1. quatro oficinas/workshops de demografia, arquitetura, fabricação digital e robótica; 2. sessões de trabalho entre os dois grupos de alunos envolvidos (turma do 1º ciclo e turma do ensino superior), com vista à construção do elemento didático, incluindo glossário, numa linguagem acessível a todos os envolvidos. 3. sessão final de apresentação dos resultados do projeto. Esta experiência, ao integrar domínios e competências transversais, enriqueceu todos os intervenientes na dimensão individual, mas sobremaneira acrescentou sentido social à aprendizagem e à experiência pedagógica, ao sublinhar o modo como as parcerias de níveis diferentes de ensino podem contribuir para a ampliação de contextos significativos na estruturação de novos patamares de conhecimento. Trabalho Colaborativo; Pedagogia; Articulação curricular; Ensino superior; Ensino Básico; Transdisciplinaridade ER -