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Raimundo, A. (2019). Política externa portuguesa e áfrica: a necessidade de um olhar renovado. In Raimundo, António (Ed.), Política externa portuguesa e África: tendências e temas contemporâneos. (pp. 13-28). Lisboa:  Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL).
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A. J. Raimundo,  "Política externa portuguesa e áfrica: a necessidade de um olhar renovado", in Política externa portuguesa e África: tendências e temas contemporâneos, Raimundo, António, Ed., Lisboa,  Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), 2019, pp. 13-28
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TY  - CHAP
TI  - Política externa portuguesa e áfrica: a necessidade de um olhar renovado
T2  - Política externa portuguesa e África: tendências e temas contemporâneos
AU  - Raimundo, A.
PY  - 2019
SP  - 13-28
CY  - Lisboa
UR  - https://repositorio.iscte-iul.pt/bitstream/10071/19750/1/Livro_Pol%C3%ADticaExternaPortuguesa_final.pdf
AB  - África é uma dimensão tradicional da política externa portuguesa. Em leituras  de cariz geopolítico sobre a inserção internacional de Portugal no longo-prazo, a região aparece associada ao vector atlântico das relações externas portuguesas.  A procura de equilíbrio entre tal dimensão atlântica ou marítima e a dimensão europeia ou continental da sua política externa seria uma constante da orientação  externa de Portugal desde pelo menos o século XV, refectindo a sua natureza enquanto pequeno país, semiperiférico e com uma só fronteira terrestre (Borges
de Macedo 2006; Teixeira, 2004). Durante a fase fnal do Estado Novo, em particular, a defesa intransigente das colónias africanas face à pressão descolonizadora internacional foi um objectivo central da política externa portuguesa, ao ponto de serem sustidos confitos prolongados em vários desses territórios, com implicações pesadas e duradouras (MacQueen 1998; Pinto 2001; Teixeira, 2015). Tal enfoque e infexibilidade foi motivado pelo tipo de considerações geoestratégicas referidas acima, mas também pela presença de interesses económicos ligados às colónias, bem como pelo conservadorismo e natureza autoritária do regime da
altura (Alexandre, 2000; Oliveira, 2008). Além disso, foi inspirado pelo nacionalismo colonial que a partir do século XIX marcou de forma ampla e profunda a visão do país sobre si próprio. Num contexto de acrescida vulnerabilidade nacional, o Império Africano é então mitifcado enquanto “Eldorado” e como parte da “herança sagrada” dos Descobrimentos que importava preservar, passando a ser entendido por sucessivos regimes políticos, até 1974, como garante da identidade e sobrevivência do país (Alexandre, 1995).
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