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Bento, R. (2019). Imagens sonoras da sociedade: Trajetórias musicais e cosmopolitismo urbano em Lisboa. In Carvalho, A., Roldão, C., Candido, D., Raposo, O., Varela, P., Lima, R. and Matias, R. (Ed.), Book of abstracts of the 7th Afroeuropeans Network Conference. (pp. 86-87). Lisbon: CIES, ISCTE-IUL.
R. J. Bento, "Imagens sonoras da sociedade: Trajetórias musicais e cosmopolitismo urbano em Lisboa", in Book of abstracts of the 7th Afroeuropeans Network Conf., Carvalho, A., Roldão, C., Candido, D., Raposo, O., Varela, P., Lima, R. and Matias, R., Ed., Lisbon, CIES, ISCTE-IUL, 2019, pp. 86-87
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TY - CPAPER TI - Imagens sonoras da sociedade: Trajetórias musicais e cosmopolitismo urbano em Lisboa T2 - Book of abstracts of the 7th Afroeuropeans Network Conference AU - Bento, R. PY - 2019 SP - 86-87 CY - Lisbon UR - https://afroeuropeans2019.wixsite.com/afroeuropeans2019 AB - Nesta comunicação proponho uma reflexão sobre a possibilidade de projetos artístico-culturais reconfigurarem noções estereotipadas e substancialistas de grupos populacionais socialmente desfavorecidos e com histórias de migração. Estes habitantes vivem nas regiões urbanas de menor estatuto social de Lisboa, vinculados inúmeras vezes a simbolismos estigmatizantes e redutores dos seus direitos de cidadania. Assim, este trabalho de base etnográfica acompanha diversos atores que aprenderam música no interior de uma orquestra portuguesa que se inspirou nas orquestras infantis e juvenis do El Sistema, da Venezuela. Desse modo, a partir desta plataforma comum, irei explanar qual a importância destas sociabilidades musicais coletivas; constituídas por interações que combinam classes sociais, etnias e gerações. Com esse foco, pretendo evidenciar as disposições a nível cultural, as sensibilidades sociais e as trajetórias musicais – de jovens empenhados em manifestar-se cívica e culturalmente na esfera pública da cidade. A centralidade cultural e política da cidade de Lisboa encontra-se perante os desafios de uma tendência polarizadora, enquanto que as distâncias entre as classes sociais aumentam no plano das organizações e da espacialidade da cidade, paralelamente, os fenómenos da informatização e da digitalização encurtam as divisões. Nas cidades gregas da antiguidade uma das formas mais dramáticas de exclusão social passava pelo exílio. Hoje nas cidades contemporâneas da Europa, os processos de ostracização têm diferentes níveis de isolamento, segregação, encapsulamento e discriminação que impedem grupos sociais mais destituídos de exercer um papel preponderante nas mudanças sociais necessárias. Nesse sentido, um dos meus objetivos passa por questionar como se poderá enquadrar a construção da ideia de cosmopolitismo nas configurações urbanas contemporâneas e de que modo esta noção se pode interligar com as experimentações do fazer artístico. Como se estabelecem acordos de inclusão participativa que permitem construir as relações representacionais da cidade? Atualmente, a cidade de Lisboa não somente por causa da sua localização geográfica no sul da Europa (estando por isso mais perto das rotas migratórias de África e Brasil), mas também por razões que se prendem com o seu passado colonial, tem sido um destino europeu preferencial de muitos migrantes desses lugares que procuram refazer as suas vidas. Tendo em conta a diversidade cultural dos múltiplos modos de vida europeus, urge enquadrar a importância de projetos coletivos, afinidades de interesses e instituições sociais que promovam mecanismos de mediação das diferenças. ER -