Exportar Publicação

A publicação pode ser exportada nos seguintes formatos: referência da APA (American Psychological Association), referência do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), BibTeX e RIS.

Exportar Referência (APA)
Reis, Manuela (2019). Visitantes ou participantes? Valores estruturantes na construção social do património . Jornadas - Arqueologia. Museus e Comunidades.
Exportar Referência (IEEE)
M. M. Reis,  "Visitantes ou participantes? Valores estruturantes na construção social do património ", in Jornadas - Arqueologia. Museus e Comunidades, Vila Nova de Foz Côa, 2019
Exportar BibTeX
@misc{reis2019_1715033427150,
	author = "Reis, Manuela",
	title = "Visitantes ou participantes? Valores estruturantes na construção social do património ",
	year = "2019",
	howpublished = "Impresso",
	url = "https://arte-coa.pt/event/fazer-com-todos-jornadas-de-arqueologia-museus-e-comunidades/"
}
Exportar RIS
TY  - CPAPER
TI  - Visitantes ou participantes? Valores estruturantes na construção social do património 
T2  - Jornadas - Arqueologia. Museus e Comunidades
AU  - Reis, Manuela
PY  - 2019
CY  - Vila Nova de Foz Côa
UR  - https://arte-coa.pt/event/fazer-com-todos-jornadas-de-arqueologia-museus-e-comunidades/
AB  - A descoberta das gravuras de Foz Côa, há 20 anos, e o intenso e inédito debate público que envolveu a sua preservação, marcaram indelevelmente os subsequentes processos de patrimonialização de bens culturais ocorridos na sociedade portuguesa. 
Doravante, a  “cadeia do património” quer por que se abriu a mais espaços,  quer por que alargou a rede dos seus intervenientes, tornou irreversível a noção de que o património não é consensual nem quanto ao seu valor, nem quanto às  formas de protecção que pode mobilizar, muito menos no que tange aos modos de valorização, exposição e apropriação dos seus conteúdos.
Porém, o “caso” das gravuras de Foz Côa, ainda que surpreendente para os hábitos culturais da população portuguesa, não deixa de enxertar-se nas transformações substanciais que no último meio século atingiram as principais concepções e percepções sobre o património cultural.  O cânone limitado ao património monumental e artístico, longamente associado às memórias e identidades nacionais, cedeu o passo a vasta cadeia de objectos, lugares, sítios e até modos de vida (alguns em regressão) que agora se tornam património.  O património perde funções nacionalistas para ganhar expressão no campo da diversidade cultural que se torna, ela própria, património. Por via deste alargamento, cada vez mais sectores de especialistas de áreas culturais diferenciadas passam a interferir na definição e enunciação do património, sendo certo também que, proporcionalmente à diversificação patrimonial, cresce o turismo cultural, exponenciado no número de visitantes, e generalizam-se atitudes sociais favoráveis aos valores de preservação de bens culturais que se colocam fora do circuito do património monumental ou institucionalmente reconhecido. Por outras palavras, alterou-se a matéria e o sentido do património; surgiu um novo gerador de controvérsia, luta e debate públicos.
Do conjunto complexo de fenómenos sociais relevantes que o processo de patrimonialização, sumariamente descrito, desencadeou nas sociedades contemporâneas - e o caso de Foz Côa testemunha -, toma-se como especial tema de reflexão nestas Jornadas o heterogéneo mundo de visitantes a que tal conjunto de fenómenos deu lugar. O que explica a adesão crescente, mas diferenciada, a certas categorias de património? Que tipo de interesses revela ou retira o visitante da sua caminhada turístico-cultural? Que quadro de valores orienta e estrutura as suas escolhas na apreciação/fruição do objecto patrimonial? Qual a natureza e quais os efeitos da mediação cultural ou das estratégias de comunicação accionadas a partir dos próprios lugares de património?

ER  -