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Marques, J.S. (2020). Os coletivos teatrais como utopias reais: transformar o mundo pelo trabalho, estética e política. Transformar o Capitalismo com Utopias Reais: Em torno do legado de Erik Olin Wright.
J. S. Marques, "Os coletivos teatrais como utopias reais: transformar o mundo pelo trabalho, estética e política", in Transformar o Capitalismo com Utopias Reais: Em torno do legado de Erik Olin Wright, Coimbra, 2020
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TY - CPAPER TI - Os coletivos teatrais como utopias reais: transformar o mundo pelo trabalho, estética e política T2 - Transformar o Capitalismo com Utopias Reais: Em torno do legado de Erik Olin Wright AU - Marques, J.S. PY - 2020 DO - https://www.ces.uc.pt/pt/agenda-noticias/agenda-de-eventos/2020/transformar-o-capitalismo-pelas-utopias-reais/apresentacao CY - Coimbra AB - A comunicação pretende refletir sobre os coletivos de artistas em Portugal e no Brasil, a partir do enquadramento teórico da ciência social emancipatória de Erik Olin Wright. A análise comparativa de coletivos teatrais em Portugal e no Brasil evidencia o carácter precário do trabalho artístico e a sua escassa representação nas formas tradicionais de auto-organização política dos trabalhadores, mas revela também múltiplas resistências, através de diferentes dinâmicas de organização e ação coletiva. Através da análise de dois estudos de caso, procura-se demonstrar como alguns coletivos teatrais, tal como proposto por Wright, (1) elaboram um diagnóstico e crítica do mundo e do sistema capitalista, (2) imaginam e procuram colocar na prática alternativas “viáveis” e (3) debruçam-se sobre os obstáculos, possibilidades e dilemas da transformação. Estes coletivos resultam da associação voluntária de pessoas da “sociedade civil” e incorporam os princípios de empoderamento social definidos por Wright, baseados na capacidade de organizar para ação coletiva de vários tipos. A própria escolha pelo “coletivo” integra-se numa opção consciente por uma forma contra-hegemónica de organizar as relações de produção, visando um igualitarismo democrático e a autogestão como resistência à alienação do trabalho, desde a sala de ensaio, até às relações com o público ou a comunidade mais vasta. Da precarização à orientação para a ação, na defesa do trabalho (artístico) e no questionamento do modelo económico e social dominante, procuram colocar em prática novas relações sociais e de produção não orientadas para o mercado, ainda que constrangidos pela dependência de financiamento público que visam superar. Além disso, frequentemente articulam-se em torno de ações coletivas de vários tipos na defesa de lutas sociais mais amplas. Seja ativando uma estratégia “simbiótica” de envolvimento na luta contra-hegemónica dentro do terreno do estado, seja através de uma estratégia “intersticial” na busca estética e política por alternativas ao modo de produção capitalista através de uma maior retirada das instituições, a partir das margens do capitalismo, muitos coletivos de artistas constituem-se assim como organizações emancipatórias que articulam a sua linguagem poética com novas formas de organização social e de produção. Perante a crescente submissão dos regimes nacionais ao capitalismo global, estes coletivos de artistas ao imaginar através da sua arte alternativas possíveis e ao produzirem o seu trabalho e visarem relações sociais fora de uma lógica estritamente mercantil, testam e expandem os limites de possibilidades, contribuindo para tornar as suas utopias reais. ER -