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Costa, Nuno Tavares da (2019). Breve relato de Paulo Mendes da Rocha (e do Brasil) entre os portugueses. Territórios Metropolitanos Contemporâneos: seminários temáticos programa de doutoramento arquitectura dos territórios metropolitanos contemporâneos.
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N. M. Costa,  "Breve relato de Paulo Mendes da Rocha (e do Brasil) entre os portugueses", in Territórios Metropolitanos Contemporâneos: seminários temáticos programa de doutoramento arquitectura dos territórios metropolitanos contemporâneos, Lisboa, 2019
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TY  - CPAPER
TI  - Breve relato de Paulo Mendes da Rocha (e do Brasil) entre os portugueses
T2  - Territórios Metropolitanos Contemporâneos: seminários temáticos programa de doutoramento arquitectura dos territórios metropolitanos contemporâneos
AU  - Costa, Nuno Tavares da
PY  - 2019
CY  - Lisboa
AB  - O interesse português pela arquitectura moderna brasileira, é um tema sobre o qual alguns autores têm emprestado valioso contributo. Entre eles, esse interesse, que é real, tem merecido relativo consenso. A presença da arquitectura moderna brasileira entre os portugueses, mede-se mais através das publicações, dos testemunhos e dos escritos dos arquitectos, do que propriamente pela obra feita. As obras realizadas por uns na terra dos outros, são esporádicas. As concebidas pelos portugueses, e que podemos vislumbrar como influenciadas pela cultura arquitectónica moderna brasileira, restringem-se a períodos curtos do exercício do moderno em Portugal, e quase sempre mais interessadas nas questões formais do que nas conceptuais. Por outro lado, os arquitectos modernos brasileiros interessam-se pelas raízes da arquitectura colonial. Lucio Costa procuraria, entre nós portugueses, nas construções vernaculares, essas raízes, ao ponto de contribuir para a consolidação da necessidade de se documentar convenientemente esse património – Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal. Independentemente do interesse mútuo entre a prática e a teoria da arquitectura nos dois países, a realidade é que ambos seguiram caminhos diferenciados, nativos, cujos trajectos estão intrinsecamente ligados aos acontecimentos históricos (sociais e políticos), nacionais e internacionais.
O relato que se faz, estabelece uma (incompleta) narrativa que se situa entre o período do pós Primeira Guerra Mundial, nos anos 1930, e os projectos e a construção dos museus de Álvaro Siza no Brasil (Iberê Camargo, 1998), e de Paulo Mendes da Rocha em Portugal (Museu Nacional dos Coches, 2015/17). Nesse período de quase 90 anos, são recuperados vários episódios da construção de relações culturais (directas e indirectas), entre as arquitecturas de Portugal e do Brasil, que no início da segunda metade do século XX conheceriam o ápice da sua produção. É quando em Portugal os arquitectos se unem em torno do I Congresso de Arquitectura Moderna, lançando as bases para o Inquérito, e o Brasil executa o seu Plano de Metas, cuja síntese simbólica é a construção de uma nova capital. Mais do que tentar encontrar e correlacionar, influências ou referências de um em outro, estabelecem-se associações cronológicas e contextuais na formação do entusiasmo moderno.
A segunda metade do artigo, pretende enquadrar o percurso de Paulo Mendes da Rocha neste trânsito luso-brasileiro, a caminho da sua ascensão internacional, sem esquecer, contudo, os contributos e experiências paralelas que outros também emprestaram. A transição de séculos, traz-nos um momento renascentista da arquitectura moderna brasileira, em que se quer falar de refundação, seja no ensino da arquitectura, seja na investigação e ensino, ou, seja ainda, nas influências que a prática procurará absorver. Mendes da Rocha representa para Brasil e Portugal, a radicalidade e integridade de um moderno que ainda resiste, e que se mantém no paradoxo, entre um interesse estritamente formal, e outro predominantemente moral.

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