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Mauritti, R, Nunes, N., Craveiro, D., Botelho, M.C., Silva, S. F.  & Cabrita, L. (2021). Investigação debaixo de pandemia: experiências e inovações metodológicas (exemplos do projeto Tiwell). Fórum Pesquisas CIES-Iscte: “Trabalho Científico e Pandemia”.
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M. D. Mauritti et al.,  "Investigação debaixo de pandemia: experiências e inovações metodológicas (exemplos do projeto Tiwell)", in Fórum Pesquisas CIES-Iscte: “Trabalho Científico e Pandemia”, Lisboa, 2021
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	year = "2021",
	howpublished = "Digital"
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TY  - CPAPER
TI  - Investigação debaixo de pandemia: experiências e inovações metodológicas (exemplos do projeto Tiwell)
T2  - Fórum Pesquisas CIES-Iscte: “Trabalho Científico e Pandemia”
AU  - Mauritti, R
AU  - Nunes, N.
AU  - Craveiro, D.
AU  - Botelho, M.C.
AU  - Silva, S. F. 
AU  - Cabrita, L.
PY  - 2021
CY  - Lisboa
AB  - Esta foi uma investigação que mobilizou um conjunto significativo de metodologias, de natureza quantitativa e qualitativa, com o propósito, precisamente, de as articular e combinar, triangulando-as entre si de modo a aprofundar o conhecimento sobre as relações multidimensionais entre desigualdades e bem-estar nas sociedades contemporâneas. 
Desde o início da pandemia que o projeto TIWELL nunca interrompeu a sua atividade, ou seja, está a enfrentar todas as dificuldades e contrariedades trazidas pela Covid-19, ininterruptamente, há cerca de onze meses. As reuniões de equipa passaram a ser à distância ou mistas, e o recurso ao telemóvel e aos meios digitais passou a ser uma constante diária na dinâmica organizacional da investigação. Depois de uma primeira etapa de seleção de bases de dados e escolha de indicadores de desigualdade e de bem estar – informados num quadro teórico-concetual consistente, o início da pandemia coincidiu precisamente com a fase da investigação dedicada aos estudos de caso, o que alterou por completo todo o planeamento elaborado até à altura. Perante os constrangimentos à circulação entre concelhos e a realização de atividades em copresença, os contactos de proximidade foram sobretudo estabelecidos digitalmente e por telemóvel e as visitas da equipa aos municípios selecionados foram em número bem menor do que definimos à partida. Mas apesar da distância física, foi possível estabelecer e reforçar contactos graças a uma significativa resiliência, quer por parte da equipa de investigação quer por parte dos atores estratégicos que colaboraram incansavelmente connosco. Tivemos de reinventar as formas de comunicação e o reforço dos laços sociais capazes de construírem as condições objetivas e subjetivas para o cumprimento dos objetivos da investigação. 
As entrevistas e grupos focais aos stakeholders e população residente dos municípios de Póvoa de Lanhoso, Portalegre, Portimão, Oeiras e Mação, foram fundamentalmente realizados via zoom, o que em si mesmo levanta um conjunto de novos questionamentos de natureza epistemológica e metodológica. Muita da riqueza social e científica que uma entrevista ou grupo focal proporciona em contexto de presença física não é captável pelos novos meios digitais que temos ao dispor, mas ainda assim eles contêm em si potencialidades que não deverão ser menosprezadas. A “intimidade relacional” pode igualmente ser alcançada, apesar da distância física que separa os interolocutores. A teoria metodológica, as estratégias e as técnicas associadas à realização de entrevistas atualmente ao nosso dispor, reforçaram a sua utilidade e porventura serão ainda mais fundamentais num contexto que não implica uma interação presencial física.
A observação sistemática que desenvolvemos, através do google street view, foi para nós uma inovação metodológica com profunda relevância para a investigação. Baseada exclusivamente em suportes digitais, ela acabou por potenciar um conhecimento acrescido das realidades locais dos nossos cinco estudos de caso, bem como uma sólida alternativa à impossibilidade de desenvolvermos uma pesquisa de terreno fisicamente interativa e mais prolongada no tempo.

ER  -