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Riso, B. (2021). A Saúde Armazenada. O Biobanco na reconfiguração da saúde na sociedade contemporânea.
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B. A. Riso,  "A Saúde Armazenada. O Biobanco na reconfiguração da saúde na sociedade contemporânea.",, 2021
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TY  - GEN
TI  - A Saúde Armazenada. O Biobanco na reconfiguração da saúde na sociedade contemporânea.
AU  - Riso, B.
PY  - 2021
AB  - Os biobancos são repositórios dedicados ao armazenamento de amostras biológicas humanas associadas a informação clínica, para utilização em investigação. Em Portugal, estes repositórios têm vindo a estabelecer-se sobretudo a partir de 2012, acompanhando lentamente a tendência mundial.
Partindo da problematização do corpo como objeto do saber médico-científico, particularmente das amostras como bio-objetos, pretendeu-se explorar como a existência de repositórios que organizam estas amostras de forma sistemática se podem constituir como um observatório privilegiado para analisar transformações nos cuidados de saúde.
Esta pesquisa recorreu à etnografia para observar as trajetórias das amostras, desde a sua recolha, geralmente no Hospital, até ao Biobanco. Após a recolha da amostra, é de notar o desaparecimento do dador, que dá lugar a uma amostra-objeto no centro do trabalho científico laboratorial. A pesquisa permitiu observar como as relações de médicos e de investigadores se organizam em torno das amostras biológicas, resultando em práticas de colecionismo, colaboração científica e cooperação que permitem estabelecer o Biobanco como plataforma de suporte à investigação científica. Todavia, a cooperação requer várias negociações, nem sempre bem-sucedidas, dado que o entendimento que se faz do doente, da doença e da amostra biológica é muito diverso.
Menos visível é o desempenho das técnicas que trabalham no Biobanco, que além de realizarem o trabalho de articulação que sustenta as trajetórias das amostras, permitem a restituição do seu sentido de humanidade. Estas são práticas de cuidado e narrativas que permitem reforçar a inscrição simbólica do Biobanco no domínio da prestação de cuidados de saúde.
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Biobanks are repositories for storing human biological samples and associated clinical data for biomedical research. In Portugal, biobanks have started to establish around 2012, slowly following the global pace.
This research intended to explore how the systematic organization of human biological materials could be a basis for analysing transformations in healthcare practices, drawing from the debates on the body as an object of medical and scientific knowledge, particularly focusing on samples as bio-objects.
Through an ethnographic approach, fieldwork consisted in following the trajectories of these samples from harvest to storage, from the Hospital to the Biobank. In these trajectories, the sample’s donor progressively disappeared, to be replaced by the sample as an autonomous entity, at the heart of laboratory work. The relationships established between doctors and researchers were organised around biological samples, showing the individual nature of their underlying collection practices, but also the way they collaborate and cooperate in order to establish the Biobank as a platform for supporting biomedical research. However, this cooperation requires various negotiations, not always successful, mostly because of diverse understandings about patients, illness, and different meanings of biological samples.
There is also the less visible work of biobank technical staff. Beyond sustaining the trajectories of the samples to the Biobank, this work allows for a reinstatement of its humanness. The technicians’ practices of care for samples and their sample’s illness narratives are essential symbolic elements that promote the inclusion of the Biobank within the healthcare domain.
ER  -