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Marques Alves, P. (2021). Cruzamentos entre a história de Alcântara e a história do Partido Comunista Português. Colóquio Cem Anos de Partido Comunista Português.
P. J. Alves, "Cruzamentos entre a história de Alcântara e a história do Partido Comunista Português", in Colóquio Cem Anos de Partido Comunista Português, Lisboa, 2021
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TY - CPAPER TI - Cruzamentos entre a história de Alcântara e a história do Partido Comunista Português T2 - Colóquio Cem Anos de Partido Comunista Português AU - Marques Alves, P. PY - 2021 CY - Lisboa AB - A história de Alcântara, cujo nome tem origem na palavra árabe Al-qantara, que significa “a ponte”, remonta ao neolítico. Romanos e árabes povoaram igualmente este território, que permaneceu fora de portas até que com o crescimento de Lisboa nela se integra. Dotado de uma localização geográfica privilegiada, o descampado de Alcântara tornou-se a partir de finais do século XVI zona de veraneio da aristocracia e da elite religiosa e nele se edificaram palácios e conventos, alguns dos quais ainda subsistem. Mas é em consequência do terramoto de 1755 que se verifica a primeira fixação populacional importante, podendo afirmar-se que Alcântara nasce com o terramoto. Dadas as condições naturais de que disfrutava – a ribeira do mesmo nome, que fornecia a indispensável água; e o Tejo, importante via de comunicação, a que se irá juntar o caminho-de-ferro – Alcântara depressa descobriu a sua “vocação industrial”, tornando-se no primeiro polo industrial da cidade de Lisboa. Com a indústria nascente, surgiram as primeiras manifestações de habitação operária e o movimento operário e as suas expressões organizativas, como as mutualidades, as associações de classe, as cooperativas, ou as coletividades, algumas das quais ainda estão em atividade, e que a par das tabernas e casas de pasto que pontuavam o território, constituíam importantes espaços de sociabilidade. E surge igualmente a Alcântara revolucionária. Sendo fundado em 1921, o PCP emerge numa época em que milhares de operários povoavam Alcântara, que continuou a ser uma zona fortemente industrializada até à década de 80 do século XX, altura em que se iniciou o processo de desindustrialização e, concomitantemente, um processo de gentrificação. Hoje os condomínios fechados substituem as fábricas de outrora. A história do PCP cruza-se muitas vezes com a história da Alcântara industrial. Quer por via da ação política durante a ditadura (direção de greves; comício-relâmpago de 1933; tipografias e casas clandestinas – numa das quais viveu Joaquim Gomes) ou já em democracia (importante reunião do CC, eleições), quer por via da presença de alguns militantes que assumiram responsabilidades relevantes no partido e que aí nasceram (Maria Alda Nogueira), viveram ou trabalharam (Carlos Aboim Inglez, Manuel Guedes, Joaquim Pires Jorge) ou foram assassinados (José Dias Coelho). É do cruzar destas duas histórias que pretendemos dar conta nesta comunicação. No seu quadro, um especial enfoque será concedido à análise da influência eleitoral do PCP na freguesia nos vários tipos de eleições políticas. A tendência observada é de declínio profundo, o qual é superior na freguesia por comparação com o que sucede no concelho e no distrito de Lisboa ou a nível nacional. Este facto ocorre numa freguesia onde o PCP e as coligações que tem animado venceram as eleições autárquicas de 1982, 1985 e 2005 e participaram nas coligações vencedoras em 1989, 1993, 1997 e 2001. Serão avançadas algumas hipóteses explicativas para este declínio. ER -
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