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Vacha, A. (2022). Gungunhanomania. O circo mediático da prisão e exílio do rei de Gaza em Portugal (1895-1908). 2º Congresso Internacional em Lisboa do GIEIPC-IP. O Liberalismo e a Imprensa Colonial.
A. Vacha, "Gungunhanomania. O circo mediático da prisão e exílio do rei de Gaza em Portugal (1895-1908)", in 2º Congr.o Internacional em Lisboa do GIEIPC-IP. O Liberalismo e a Imprensa Colonial, Lisboa, 2022
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TY - CPAPER TI - Gungunhanomania. O circo mediático da prisão e exílio do rei de Gaza em Portugal (1895-1908) T2 - 2º Congresso Internacional em Lisboa do GIEIPC-IP. O Liberalismo e a Imprensa Colonial AU - Vacha, A. PY - 2022 CY - Lisboa UR - https://liberalismoimprensacolonial.wordpress.com/ AB - Na sequência da Conferência de Berlim (1884-85) e do ultimato britânico (1890) o projeto da criação de “novos Brasis” em África parecia ameaçado como nunca estivera. Sobretudo, o longínquo Moçambique, arena das tensões luso-britânicas, preocupava seriamente. Foi por esta altura que os idealistas liberais acabaram por se unir aos partidários da linha dura para fazer face à questão colonial (Alexandre, 1993). Não obstante a crise económica, era necessário demonstrar a capacidade de domínio dos territórios ultramarinos, para isso recorrendo a uma utilização da força diretamente inspirada nas contemporâneas teorias raciais. A estrondosa notícia da prisão do rei de Gaza, Gungunhana (1895), assumiu por isso tons épicos. Redações jornalísticas, de orientações distintas, amplificaram o entusiasmo patriótico que abalava o país. Tudo isto ocorreu num período de viragem empresarial do setor jornalístico e editorial, propício a adicionar gravuras e a estrear a impressão fotográfica, sempre relevante nos projetos coloniais. Para a ideologia civilizadora da época, recorrer às avançadas técnicas editoriais simbolizava em si o triunfo da modernidade sobre a selvajaria, encarnada no “Leão” e nas rainhas de Gaza. Às narrativas oficiais, contrapunham-se os recém-lançados jornais republicanos radicais (O Paiz, O Berro), denunciando o caso da humilhação pública dos régios prisioneiros e dos objetivos mais retrógrados da missão civilizadora. Outra imprensa republicana destacava o relato alternativo do Capitão da Marinha Soares de Andrea, que classificava Chaimite como farsa e crime de guerra. Todavia, na maioria dos casos, os republicanos não colocavam propriamente em causa a desumanidade do colonialismo, apenas o abuso do poder monárquico. A Gungunhanomania contagiou a opinião pública citadina do virar do século, revelando a colisão entre o princípio liberal de que todos os homens nascem livres e iguais em direitos e os preconceitos raciais. Tal contradição entre os princípios morais e as práticas do colonialismo continuará bem além da época abrangida por esta comunicação. ER -