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Alves, Marat-Mendes, T. & Sampayo, Mafalda (2022). Os espaços alimentares do Bairro Operário da Tabaqueira, Sintra. WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI.
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Vanessa et al.,  "Os espaços alimentares do Bairro Operário da Tabaqueira, Sintra", in WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI, Lisboa, 2022
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@misc{vanessa2022_1713880163917,
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TY  - CPAPER
TI  - Os espaços alimentares do Bairro Operário da Tabaqueira, Sintra
T2  - WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI
AU  - Alves
AU  - Marat-Mendes, T.
AU  - Sampayo, Mafalda
PY  - 2022
CY  - Lisboa
UR  - https://www.dinamiacet.iscte-iul.pt/post/workshop-anual-do-din%C3%A2mia-cet-iscte
AB  - A construção do Bairro Operário da Tabaqueira teve lugar em Albarraque, no concelho de Sintra, tendo os trabalhos de construção da fábrica iniciado em 1960. A edificação do bairro dá-se em 1962 e é concluída em 1974. As raízes da sua construção deveram-se à necessidade de se fixar num território periférico da cidade de Lisboa, em Sintra, uma comunidade de trabalhadores pertencentes à indústria do tabaco, necessários ao funcionamento da Fábrica da Tabaqueira. Assim, foi necessário planear-se e contruir-se um bairro que acautelasse as condições básicas para o provisionamento do alojamento e do acesso a bens e equipamentos necessários à manutenção da vida dos trabalhadores da tabaqueira, incluindo o acesso equipamentos de apoio à alimentação, saúde, educação e cultura. A deslocação da antiga Fábrica da Tabaqueira, de Lisboa para Albarraque, foi promovida pela entidade patronal da unidade industrial, A Tabaqueira, a qual pertencia à Companhia União Fabril (CUF). O responsável pelo Projecto do Bairro Operário da Tabaqueira foi o Arquitecto Moreira Veloso (1927-2002). 
O bairro contou com um total de 352 habitações para acomodar 1200 moradores e foi construído ao longo de diferentes fases de construção. Fazem ainda parte deste bairro um conjunto de equipamentos e de espaços públicos, nomeadamente: um refeitório, uma escola, um posto médico, espaços comerciais, uma igreja, um centro cultural, e praças e jardins, que juntamente com os edifícios habitacionais ocupam ao todo uma área de 153 mil m2. Os espaços verdes deste bairro foram planeados em 1962 e são da autoria do arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (1922-1920). A hierarquização dos percursos pedonais, viários e dos espaços verdes contíguos aos mesmos proporcionam um plano de conjunto urbano hierarquizado, com zonas delimitadas por serviços e equipamentos culturais. A diversidade de equipamentos ajuda a colmatar as necessidades sociais e quotidianas dos moradores que foram deslocados para esta periferia. 
Considera-se o bairro da Tabaqueira um exemplo bem-sucedido e enquadrado no espírito da Carta de Atenas (1933) tendo obedecido também aos princípios da Cidade Jardim de Ebenezer Howard (1898) e ao esquema da Unidade de Vizinhança de Clarence Perry (1920). Este conjunto suburbano nitidamente moderno conjuga as necessidades funcionais com a qualidade de vida do campo, por via da construção de equipamento e de amplos espaços verdes onde se habitava em blocos, respeitando as questões de higiene. Os edifícios de serviços públicos e de equipamentos colectivos provaram (ao longo do tempo) serem essenciais para o sucesso deste conjunto residencial. É, assim, possível verificar que o desenho urbano do bairro operário da Tabaqueira valoriza as pessoas, colocando como prioridades os benefícios coletivos que muitas vezes não são considerados em projetos de cariz social. Os arquitetos deste projeto promoveram ambientes de qualidade que beneficiaram a vida daqueles que lá habitam. O projeto construiu-se como um lugar de convivência e de proximidade, que ainda hoje desempenha a sua função principal de socialização nos espaços verdes que o enquadram. 
Passados quase 50 anos desde a construção do bairro operário, as casas que albergaram os trabalhadores da Tabaqueira nunca deixaram de ser ocupadas. Também os equipamentos que apoiaram a manutenção da vida quotidiana dos trabalhadores da Tabaqueira garantem a vida e o dia a dia dos moradores de hoje deste bairro, bem como de outros moradores de habitações e bairros envolventes, que surgiram no entretanto fruto de processos de uma urbanização difusa.
O bairro da Tabaqueira, em virtude do seu desenho urbano e do planeamento que usufruiu manifesta qualidades espaciais e funcionais que garante à sua população residente as condições básicas de alimentação e sobrevivência diária, conforme testemunhado em particular nos tempos de pandemia COVID- 19 recentes. Esta comunicação apresenta o bairro e as suas características morfológicas e funcionais, incidindo em particular nos espaços e equipamentos alimentares, que garantiram as condições básicas ao funcionamento do bairro ao longo de 60 anos de vida.

ER  -