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d'Almeida, P. Bento, Marat-Mendes, T. & Borges, J.C. (2022). Tecnologia e inovação nas habitações económicas da ICESA. WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI.
P. B. Lima et al., "Tecnologia e inovação nas habitações económicas da ICESA", in WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI, Lisboa, 2022
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TY - CPAPER TI - Tecnologia e inovação nas habitações económicas da ICESA T2 - WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI AU - d'Almeida, P. Bento AU - Marat-Mendes, T. AU - Borges, J.C. PY - 2022 CY - Lisboa UR - https://www.dinamiacet.iscte-iul.pt/post/workshop-anual-do-din%C3%A2mia-cet-iscte AB - Em 1965, estando instituída a investigação em arquitectura e urbanismo na Divisão de Construção e Habitação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), a empresa de construção civil ICESA - Indústrias de Construção e Empreendimentos S.A.R.L., solicitou ao LNEC “um parecer técnico sobre uma série de projetos de habitação tendo em vista a análise do grau de satisfação das exigências funcionais e das superfícies mínimas adotadas” (Portas e Gomes, 1965: p. 1). A ICESA era uma empresa que se destacava pelo fabrico de elementos pré-fabricados (Pinto, 1969), incluindo painéis resistentes de fachadas, paredes resistentes interiores, pavimentos e divisórias, lanços e patamares de escada, varandas, condutas de fumo, peças de cimalha e guardas de varanda, motivando visitas à fábrica por engenheiros daquele Laboratório (Paiva, 1969). Para responder ao solicitado pela ICESA, o arquiteto Nuno Portas e a sua equipa de jovens arquitetos-investigadores da Divisão de Construção e Habitação do LNEC, consideraram trabalhos de investigação de investigadores estrangeiros, em centros de pesquisa homólogos, incluindo análises sobre comportamentos sociais e de consumo das famílias, propostas pelo sociólogo francês Paul Henri Chombart Lauwe (1956) e levadas a cabo no Centre National de Recherche Scientifique. A encomenda da ICESA permitiu ainda continuar a investigação sobre habitação em curso no LNEC, como o “Estudo das funções e da exigência de áreas da habitação. Necessidades familiares e áreas da habitação” (Portas e Gomes, 1964), que analisava precisamente o dimensionamento da habitação e das suas divisões. Assim, perante os tipos de edifícios submetidos pela ICESA à apreciação do LNEC, os arquitetos-investigadores examinaram o desenho do fogo, o dimensionamento e organização funcional do espaço interno, e as atividades domésticas, considerando também o prolongamento destas atividades para o exterior, com o objetivo de verificar a probabilidade de agrado da família (presumivelmente de recursos modestos a médios). A título conclusivo os investigadores do LNEC não criticaram as soluções da organização do fogo, mas sim das áreas atribuídas a certas divisões, sugerindo também a criação duma pequena zona de comer e de trabalhos domésticos anexa à cozinha – zona essa que o arquiteto Alexandre Alves Costa, ex-investigador do LNEC, chama de “Lavoro” (Costa, 2018). A urbanização de Santo António dos Cavaleiros (SAC), concelho de Loures, foi a primeira realização da ICESA e a única que contemplou um projeto de enquadramento paisagístico por parte do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (Carapinha e Teixeira, 2003). Parte para o mercado privado e parte para habitação social, SAC foi também, segundo o arquiteto Reaes Pinto, chefe do Gabinete de Estudos e Projetos da ICESA, a primeira experiência de pré-fabricação pesada em Portugal (Pinto, 1968), definindo-a pelo uso de “elementos de grandes dimensões e complexos na sua composição que chegam a pesar 8 toneladas e mais [...] exigindo sistemas de transporte e de elevação de grande potência” (Pinto, 1973: p. 470). Em SAC foi considerada a apreciação do LNEC, nomeadamente nos edifícios tipo I2a (T2 e T3), onde o fogo contempla um espaço multiuso junto à cozinha (Pinto, 1968: p. 160). O projecto de SAC parece ter sido considerado bem-sucedido, e em breve a sua área de habitação social seria reproduzida na Vialonga (Vila Franca de Xira) e na Quinta do Morgado (Lisboa). A ligação da ICESA ao LNEC alargou-se a outras Divisões Técnicas deste último, nomeadamente à Divisão de Dinâmica Aplicada, com estudos sísmicos para torres de 13 pisos (Ravara e Oliveira, 1971); e à Divisão de Comportamento das Construções, com a apreciação de soluções construtivas não convencionais com o processo de construção pré-fabricada FIORIO (Paiva, 1972). Quanto à análise de ações sísmicas, havia o LNEC concluído que, seria de se adotar as soluções encontradas para as torres de 10 pisos pré-fabricados, criando-se na base um “piso de transição, com estrutura reticulada de betão armado de deformabilidade muito superior à dos pisos pré-fabricados” (Ravara e Oliveira, 1971: p.2) – solução adotada nas torres de habitação social. Quanto à avaliação do uso de construção pré-fabricada FIORIO, homologado por aquele Laboratório em 1968 e a contemplar nos projetos dos edifícios torre, indicou o LNEC que, relativamente à constituição dos painéis forçados na fachada, o estudo obrigaria à realização, naquele Laboratório, de “ensaios de determinação da condutibilidade térmica ou dos betões de argila expandida com possibilidade de se adequarem ao fim em vista”, bem como de “ensaios de determinação da resistência mecânica dos mesmos betões” (Paiva, 1972: p. 44). Com base no material depositado nos arquivos do LNEC, do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e das Câmaras Municipais de Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira propomos analisar três conjuntos de habitação social executados pela ICESA na periferia urbana. A apresentação integra resultados do projeto de pós-doutoramento O LNEC e a História da Investigação em Arquitectura (SFRH/BPD/117167/2016), e da investigação de doutoramento em curso, Social Urban Forms at the Millennial City Scene (SFRH/BD/148556/2019). ER -