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d'Almeida, P. Bento & Marat-Mendes, T. (2022). O Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio à prática, investigação e aperfeiçoamento artístico em Portugal (1960-1979).  WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI.
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P. B. Lima and T. M. Marat-Mendes,  "O Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio à prática, investigação e aperfeiçoamento artístico em Portugal (1960-1979). ", in WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI, Lisbon, 2022
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TY  - CPAPER
TI  - O Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian e o apoio à prática, investigação e aperfeiçoamento artístico em Portugal (1960-1979). 
T2  - WORKSHOP Dinâmicas Socioeconómicas e Territoriais Contemporâneas VI
AU  - d'Almeida, P. Bento
AU  - Marat-Mendes, T.
PY  - 2022
CY  - Lisbon
UR  - https://www.dinamiacet.iscte-iul.pt/post/workshop-anual-do-din%C3%A2mia-cet-iscte
AB  - O Serviço de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian (SBA-FCG), criado em 1960 e extinto em 2010, teve na sua génese o objetivo de apoiar e subsidiar financeiramente a produção, a reflexão e a investigação nas áreas das artes visuais, da arqueologia, da história da arte, do património, do teatro e do cinema (AAVV, 2021). Antes da sua criação, o apoio financeiro atribuído pela Fundação a estas mesmas áreas foi facultado pelo Serviço de Museu e Belas-Artes (1956- 1960). Dirigido pela museóloga Maria José de Almeida Furtado de Mendonça (1905-1984), este serviço propiciou ainda, com o apoio dado aos artistas, as primeiras aquisições para a Coleção de Arte Moderna e Contemporânea da Fundação (FCG, 2007).
Entre 1960 e 1992 o SBA-FCG foi dirigido pelo historiador e crítico de arte Artur Nobre de Gusmão (1920-2001), tendo sido sucedido por Fernando de Azevedo (1923-2002) entre 1992 e 1994 e Manuel Costa Cabral (n. 1941) entre 1994 e 2010, quando extinto.
Os concursos para a atribuição de Bolsas de Estudo de Especialização e Valorização Profissional em Artes ocorriam uma vez por ano, e destinavam-se a todos aqueles que comprovadamente carecessem de recursos para poder realizar, no país ou no estrangeiro, o programa de estudos a que se propunham (FCG, 1975), fosse este inerente à prática, à investigação ou ao aperfeiçoamento artístico (Oliveira, 2013). O domínio das “Artes” abrangia candidaturas centradas nas artes aplicadas, na crítica da arte e na estética, mas também noutras direcionadas para o design, a fotografia, a gestão das artes, a museologia, a conservação, a arquitetura e o urbanismo.
Contemporâneo ao arranque da concessão de bolsas pelo SBA-FCG foi inaugurado o edifício Calouste Gulbenkian (1962), projetado por Januário
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Godinho (1910-1990) e João Andresen (1920-1967), no campus do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). Este edifício foi projetado para acolher o “centro de investigação científica e técnica fundamental e cooperação internacional no domínio da engenharia civil”, hoje denominado de Edifício Calouste Gulbenkian, em “homenagem ao patrono da Fundação, que financiou a sua construção e apetrechamento” (LNEC, 1957; Freire et al., 2017: p.12).
No LNEC a investigação centrada no domínio da arquitetura e do urbanismo teve início em 1961, aquando da implementação da primeira Lei Orgânica, ocorrendo na Divisão de Construção e Habitação, localizada no edifício principal. Na Divisão de Construção e Habitação e na unidade orgânica que lhe sucedeu em 1969 – a Divisão de Arquitetura –, até à Revolução de Abril de 1974, os principais temas de investigação desenvolvidos centravam-se nos domínios da habitação, da análise do projeto arquitetónico e dos sistemas construtivos (d’Almeida et al, 2020; d’Almeida e Marat-Mendes, 2021). Nuno Portas foi o coordenador da equipa de investigação que envolveu um conjunto de jovens arquitetos, recém- licenciados, e que no LNEC deram início à sua prática de investigação. Estas duas décadas representam um momento chave no desenvolvimento da investigação em arquitetura em Portugal, que carecem de maior investigação. Com base no material depositado nos arquivos e biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian e do LNEC, para o período temporal compreendido entre as décadas de 1960 e 1970, propomo-nos a identificar: i) quem foram os arquitetos, artistas e/ou as entidades financiadas pelo SBA-FCG; ii) que tipos de financiamentos foram atribuídos pelo SBA-FCG; e iii) se, nos candidatos a financiamento, estavam incluídos arquitetos investigadores do LNEC.
Esta investigação oferece um manancial de informação ainda por tratar. A sua relevância para a identificação dos temas propostos a financiamento, e na procura e participação por parte de arquitetos investigadores do LNEC, sugere- nos ser um campo de investigação central para melhor conhecermos e atualizarmos o estado da arte da investigação em arquitectura e urbanismo desenvolvida e experimentada em Portugal nas duas últimas décadas em que a ditadura operou no nosso país.
Esta apresentação esboça os primeiros resultados da investigação aqui proposta e que se insere no âmbito do projeto de pós-doutoramento, O LNEC e a História da Investigação em Arquitectura (SFRH/BPD/117167/2016).
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