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Neto, L. (2022). A questão socioambiental no Twitter de Jair Bolsonaro em 2019. XIV Congresso Internacional da Lusocom.
L. V. Neto, "A questão socioambiental no Twitter de Jair Bolsonaro em 2019", in XIV Congr.o Internacional da Lusocom, Porto, 2022
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TY - CPAPER TI - A questão socioambiental no Twitter de Jair Bolsonaro em 2019 T2 - XIV Congresso Internacional da Lusocom AU - Neto, L. PY - 2022 CY - Porto UR - https://lusocom2022.org/ AB - Este trabalho – parte de um projeto mais amplo de pesquisa – busca compreender como Jair Bolsonaro, enquanto Presidente da República, em seu primeiro ano de mandato, posicionou- se diante dos conflitos socioambientais no Brasil, a partir de um ideário de ultradireita populista (Mudde, 2019) e que utiliza as redes sociais online para disputa de hegemonia, numa reconfiguração da esfera pública em associação com interesses privados (Neto, 2019). Para tanto, visitou-se o conjunto de publicações realizadas na sua conta oficial de Twitter, durante o ano de 2019, através da Análise de Conteúdo (Bardin, 2016). Objetiva-se aqui: perceber quais caraterísticas marcam a utilização das redes sociais online, especificamente o Twitter, nos debates socioambientais expressos nos discursos do presidente da república; compreender qual a relação que é estabelecida com atores e grupos sociais e como estes são mobilizados em seu discurso político; identificar o projeto ideológico contido nas publicações e quais e como as estratégias discursivas são mobilizadas numa perspetiva de disputa de poder Assim, num primeiro momento, com o apoio do MediaLab-CIES - Iscte, recolheu-se a totalidade das publicações realizadas na conta de Twitter @jairbolsonaro no ano 2019. Sequencialmente, organizou-se um aparelho lexical, constituído a partir da revisão bibliográfica sobre o debate socioambiental e através da leitura exploratória de textos jornalísticos sobre eventos relacionados ao tema, permitindo uma exploração por termos na base de dados e auxiliando na constituição de um corpus analítico de 78 publicações (número de publicações 2019), com base em significados locais (van Djick, 2014) socioambientais. Por fim, através da Análise de Conteúdo Temática (Bardin, 2016), foram categorizadas as seguintes dimensões discursivas: “geográfico e geopolítico”; “eventos socioambientais”; “atores envolvidos”; “atividades socioeconómicas”; “povos e categorias sociais”; “recursos naturais”, sendo os respetivos indicadores emergentes a partir da leitura exploratória das publicações. Observa-se que a dimensão socioeconómica do discurso se destaca como uma das principais estratégias discursivas no debate socioambiental, no entanto este protagonismo se divide com a necessidade de se posicionar e disputar a perceção pública nos eventos socioambientais, enquanto eventos mediáticos (Hepp e Couldry, 2018). Dentro da estratégia de conflito, tanto os “atores envolvidos”, como os “povos e categorias sociais” passam a preformar funções bem definidas dentro de uma narrativa discursiva populista, que separa a sociedade em dois grupos homogêneos e antagonistas (Mudde, 2015). Na análise da dimensão “recursos naturais” o modo de produção capitalista fica evidente na defesa da exploração dos recursos em detrimento de uma perspectiva preservacionista. A menção frequente ao grafeno reforça uma narrativa populista de terra prometida e a referência à escassez de água e os respetivos projetos de “fazer chegar água em determinadas regiões” atribuem ao líder um papel quase messiânico. ER -