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Amoedo, Diego & Sa Rego, J. (2023). (Re)conhecimento(s) dos mundos rurais camponeses contemporâneos: experiências, desafios e oportunidades. XVI Congreso Internacional de Antropología ASAEE 2023.
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D. A. Martinez and J. S. Rego,  "(Re)conhecimento(s) dos mundos rurais camponeses contemporâneos: experiências, desafios e oportunidades", in XVI Congreso Internacional de Antropología ASAEE 2023, A Corunha, 2023
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TY  - CPAPER
TI  - (Re)conhecimento(s) dos mundos rurais camponeses contemporâneos: experiências, desafios e oportunidades
T2  - XVI Congreso Internacional de Antropología ASAEE 2023
AU  - Amoedo, Diego
AU  - Sa Rego, J.
PY  - 2023
CY  - A Corunha
AB  - Realidades camponesas permanecem vivas e têm demonstrado resiliência às múltiplas violências da modernidade. A recém greve dos caminhoneiros na Espanha, por exemplo, expôs simultaneamente a força da pecuária camponesa de autoabastecimento face à vulnerável pecuária capitalística, dependente de rações industriais, no setor produtivo da carne. A base dessa capacidade de absorção de choques e crises está nos modos de produção ancorados nos conhecimentos locais que camponeses têm de suas realidades produtivas e ambientais; ou seja, é uma resiliência culturalmente situada nas visões de mundo camponesas.
As especificidades dessas visões de mundo são estudadas pela antropologia desde a gênese da disciplina. A figura do camponês foi ora apreendida como uma remanência de antigas civilizações, ora como uma classe social atípica, ora como massa de revolução. O campesinato contemporâneo, contudo, se situa no continuum populacional da sociedade moderna. Ele está inserido na economia de mercado em relação com os centros urbanos mercantis, mas mantém aspectos culturais históricos de vínculo com a terra e valores ancestrais. Ele é simultaneamente modernidade e continuidade tradicional.

Essa dualidade cultural, entre contemporaneidade e tradição, tende a subordinar o campesinato às estratificações mais baixas da sociedade moderna que vê nela uma manifestação de atraso e ignorância. O campesinato é assim propulsionado a posições subalternas dentro do sistema de estratificação social que em última instância cancelam sua história de resiliência e invisibilizam seu conhecimento baseado numa cultura acústica da oralidade. O campesinato não tem voz e seu conhecimento não tem validade.

A resiliência do campesinato representa, no entanto, uma oportunidade de aprendizagem para uma sociedade cada vez mais confrontada às violências contemporâneas, sejam elas ambientais, econômicas ou sociais. O conhecimento camponês traz um acervo de respostas cujo contínuo processo de adaptação permite enfrentar muitos dos desafios atuais, como a insegurança alimentar, a erosão dos solos, os incêndios rurais, a anomia social ou a dilapidação dos recursos naturais.

A antropologia possui paradigmas e ferramentas para a compreensão dessas realidades camponesas contemporâneas. Etnografias, histórias de vida, métodos colaborativos, narrativas audiovisuais, etc., podem concorrer para o(s) (re)conhecimento(s) dos mundos rurais camponeses e reenquadrar o campesinato e suas visões de mundo dentro de nossas resistências locais aos desafios globais da contemporaneidade.
Esse simpósio tem então por vocação juntar experiências da antropologia no estudo do campesinato e do mundo rural como chave para resistir às múltiplas violências da contemporaneidade. Ele privilegia abordagens de diálogo interdisciplinar e métodos mistos que entendem o campesinato dentro de seu contexto cultural, mas que não abdicam da teoria etnográfica, em todas suas formas, como forma primeira de caminhar no mundo de vida do campesinato, não obstante sua origem geográfica ou social. Acreditamos que a construção da resistência global se faz através de resiliências locais múltiplas por agricultores, pastores, caçadores-coletores nos cinco continentes do globo terrestre. É preciso conhecê-las para reconhecê-las no intuito de repensar o mundo.

Esse simpósio aceita comunicações em português, castelhano, galego e inglês.
ER  -