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Fernandes, L. C., Fontes, P., Costa, A., Lages, J. & Fernandes, H. (2023). Será a condição de sem-abrigo uma questão de escolha? Um estudo exploratório realizado nos Açores. CIDADES, Comunidades e Territórios. Autumn Special Issue, 87-104
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L. M. Fernandes et al.,  "Será a condição de sem-abrigo uma questão de escolha? Um estudo exploratório realizado nos Açores", in CIDADES, Comunidades e Territórios, vol. Autumn Special Issue, pp. 87-104, 2023
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TY  - JOUR
TI  - Será a condição de sem-abrigo uma questão de escolha? Um estudo exploratório realizado nos Açores
T2  - CIDADES, Comunidades e Territórios
VL  - Autumn Special Issue
AU  - Fernandes, L. C.
AU  - Fontes, P.
AU  - Costa, A.
AU  - Lages, J.
AU  - Fernandes, H.
PY  - 2023
SP  - 87-104
SN  - 1645-0639
DO  - 10.15847/cct.28721
UR  - https://revistas.rcaap.pt/cct/issue/view/1689
AB  - Uma das questões críticas no debate público em torno da condição de sem-abrigo está associada à perceção, amplamente difundida na Europa, que a maior parte das pessoas que permanecem nesta condição o fazem por fatores de natureza compor- tamental, do domínio da livre escolha. Argumenta-se que este facto, imputando a responsabilidade do problema no indivíduo, condiciona o debate, assim como as respostas sociais e políticas neste campo. Neste artigo são apresentados e discutidos os resultados de um estudo exploratório centrado nos Açores, assente num quadro metodológico de investigação-ação participa- tiva, que incluiu a combinação de metodologias extensivas e intensivas. Em primeiro lugar, destacamos alguns dados relativos à contagem e caraterização sociodemográfica realizada com base num inquérito online, semelhante ao adotado no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA), referindo-se a 31 de dezembro de 2020. Em segundo lugar, propondo um aprofundamento da tipologia Europeia sobre a situação de sem abrigo e exclusão habitacional (ETHOS), exploramos o significado de estar em situação de sem-abrigo com base em seis grupos focais envolvendo dois tipos de atores cuja perspetiva é considerada relevante para entender esta problemática - pessoas nesta condição e profissionais a trabalhar com este público-alvo. Estes dados são analisados à luz do problema da livre escolha, identificando alguns dos debates cruciais que poderão estar a condicionar as escolhas societais. Verifica-se uma tendência de crescimento do fenómeno em que fatores de natureza estrutural poderão estar a contribuir para aumentar o número de pessoas envolvidas, assim como a gravi- dade da situação experienciada em cada um dos domínios abordados. Considera-se ainda que individualização do problema concorre para a normalização da condição de sem-abrigo, sendo essencial reconhecer que recoloca em cima da mesa o debate sobre definições coletivas de cidadania.
ER  -