Esta comunicação surge no âmbito de um Doutoramento em Ciências da Comunicação, sendo o tema de investigação do primeiro paper a publicar. Procurando compreender melhor a comunicação de morte na sociedade em rede, a comunicação debruça-se sobre o discurso de sites de agências funerárias e a forma como comunicam os seus serviços. É colocada a hipótese de que um site como o da Servilusa – empresa de grande dimensão, que detém um vasto número de agências tanto em Portugal como em Espanha – produz um discurso de cariz fortemente comercial acerca da morte, com características empreendedoras e de índole mais comercializável, resultando em muita informação; pelo contrário, e comparativamente, é argumentado que em agências independentes, de menor dimensão e de âmbito mais localizado, o discurso produzido resulta em menos teor informativo, revelando-se mais resumido e breve, e sem a necessidade de se mostrar especialmente publicitário e dinâmico em termos comerciais. De um modo geral, é explorada a hipótese de que a institucionalização influencia o discurso comercial sobre a morte, nomeadamente num contexto de sociedade em rede. De acordo com a análise discursiva, a explorar mais aprofundadamente na comunicação, parece verificar-se, por parte da parte da Servilusa, um discurso, por um lado, de insistência nos múltiplos serviços que contém nos seus quadros (ex: pagamento prévio do próprio funeral, diferentes homenagens ao falecido, vestuário ecológico para enterro ou cremação); e, por outro, de tentativa de criação de significados de luto (ex: valorizar o «mar» como um símbolo, de modo a expor o serviço de lançamento de cinzas ao mar). Metodologicamente, é feita uma análise discursiva ao site da empresa Servilusa (referência nacional/internacional) e de sites de outras cinco agências funerárias de carácter, comparativamente, mais familiar e comunitário, de forma a perceber diferenças e/ou similitudes no discurso e na forma de actuar mediante o contexto institucional, empresarial e sociodemográfico (e.g., dimensão negocial, estrutura empresarial, grau de institucionalização, influência comunitária). Como critério, para além da referência Servilusa, estabeleceu-se que seriam cinco empresas nas cinco cidades com maior número de óbitos por ano (dados do INE), que não estejam sob a égide da Servilusa.

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Comunicação da morte,Sociedade em rede,Análise discursiva