Com esta comunicação pretende-se analisar o contributo da sociologia para a reflexão, elaboração e transformação das políticas educativas. Tendo por base um projeto desenvolvido em Portugal – a Carta Educativa do concelho de Vila Franca de Xira – a análise centra-se nas competências e perspetivas sociológicas enquanto valor acrescentado para o planeamento da educação. Por outro lado, num quadro em que a descentralização de competências em matéria de políticas educativas está na ordem do dia, questiona-se se a Carta Educativa deve ser apenas um instrumento de planeamento de edifícios e equipamentos, ou se pode constituir um instrumento operacional da oferta educativa, corporizando um projeto educativo concelhio. Para a elaboração da Carta Educativa efetuaram-se mais de 30 entrevistas semi-diretivas, uma entrevista de focus group, reuniões com um painel de acompanhamento composto pelos diretores dos agrupamentos, por representantes da câmara, autarcas e representantes das escolas privadas e das IPSS. Procedeu-se à recolha de informação teórica e informação estatística, por via de instituições nacionais e agentes locais. A informação recolhida, indispensável ao desenvolvimento do projeto, tem um cariz marcadamente sociológico. Fazer determinadas perguntas na entrevista, procurar determinados dados, a escolha do procedimento metodológico, apenas é possível devido ao background sociológico presente no desenho do projeto. Não se pretende afirmar que apenas os sociólogos têm capacidade para elaborar uma Carta Educativa, quer afirmar-se a especificidade e o valor acrescentado das metodologias sociológicas para este tipo de trabalho. Estas são algumas das questões que se colocarão ao longo da comunicação, para as quais tentar-se-ão encontrar respostas e, certamente, formular mais perguntas.

--

planeamento escolar,conhecimento sociológico,políticas educativas,carta educativa