Artigo que apresenta a memória oral como uma importante ferramenta metodológica de recolha de testemunhos de antigos profissionais e estudiosos da área da comunicação e das relações públicas. Estes relatos, reunidos num arquivo digital, são fundamentais para entender o passado das RP e refletir sobre os seus avanços. As relações públicas têm percorrido um sinuoso caminho rumo ao reconhecimento. Muitas tem sido as conquistas em termos das suas práticas, com novos usos e ferramentas, que lhes têm granjeado maior atenção. Contudo, numa realidade VUCA, pautada por tecnologias complexas e exigentes, há crescentes desafios que poderão estar a afastar as RP dos seus reais fundamentos, numa tentativa camaleónica de atuar em variadas frentes, pressionadas pelo contexto e a competição de outras áreas que se renovam mais eficazmente. Assistimos, igualmente, a mais desenvolvimentos da teoria crítica das RP, com suspeitas sobre os verdadeiros princípios que norteiam a atuação dos profissionais da área, ao mesmo tempo que surgem correntes defendendo um novo paradigma comunicacional centrado na integração e alinhamento estratégico da comunicação das organizações. Neste cenário será ainda possível revalidar os fundamentos das RP para o seu avanço? A resposta poderá residir na história das RP e no recurso à metodologia da memória oral. Embora possa discutir-se a validade da oralidade como fonte e método de investigação, a memória oral, e a entrevista como forma de recolha de narrativas orais, ganharam hoje um lugar reconhecido no campo científico.

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