Este artigo consiste numa reflexão crítica sobre as metodologias utilizadas nos estudos de género, e a tensão constante que existe entre a experiência individual e coletiva. Não obstante a génese do movimento feminista partir de uma experiência coletiva de opressão, é a partir das narrativas etnográficas ou autobiográficas que se constrói uma memória coletiva, decorrente do entrelaçamento da memória individual com as lembranças de cariz social do grupo. A investigação sustentada pela teoria feminista procura contextualizar as narrativas parciais de género, no âmbito da memória coletiva, dum grupo mais vasto e agregador. Neste contexto, analisa-se o conceito de "contra-esfera pública feminista" e a sua capacidade de se estender ao espaço discursivo. Os contra-discursos, bem como o contra-público, fazem também parte do espaço público e contribuem para uma maior responsabilização das suas instituições. Esta temática é fundamental para o estudo da visão feminista sobre os media, dado o seu papel essencial na projeção dos assuntos da vida quotidiana, com as suas condicionantes, as suas limitações e eloquentes silenciamentos.

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Estudos de género,Teoria feminista,Representação,Discurso midiático,Estudos de recepção