Apresentação de Performance-Instalação na Casa do Comum (12 Abril 2024) composta de projeções, sonoridades, fotografias e performances em torno de um processo de turistificação massiva e urbanização descontrolada numa área costeira no sul de Portugal. Resumo: “Ecologia sem luta de classes é jardinagem…” (Chico Mendes) Enquanto assistimos à iminência do colapso ambiental planetário e da vida, fruto do extrativismo e dos regimes necropolíticos do capitalismo global (Tsing, Haraway), sentimos a urgência de criar um gesto artivista (talvez efémero) de resistência, ativando um debate ecosófico (Guattari) e estimulando a intervenção local sobre um território/corpo específico que designamos como corpo-algar, onde hotéis, casas de luxo e airbnb ocupam as falésias. Designado pelo sector marítimo-turístico por “Trilho dos 7 Vales Suspensos” este território está situado na costa litoral do barlavento algarvio no sul de Portugal, e aqui, no limite das falésias rochosas, hotéis, casas de luxo e alojamentos de airbnb ocupam esta área e aceleram a erosão, alteram o bioma e largam pegada humana violadora. Algar, é rocha em erosão, poço e buraco, ruína geológica causada pelos agentes atmosféricos (alterações climáticas) e, agora, pelo capitaloceno (Moore); mas é também Buraco & Borda de resistência geológica, um corpo em constante devir e, por isso, não capturável, nem mesmo pelas cercas e passadiços que o assinalam: “atenção aqui começa a natureza!”. “Em vez de simplesmente operar na paisagem, precisamos passar a nos confundir com a paisagem” (Krenak).

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