Artigo em revista científica
Biopoder e racismo na Guerra do Contestado a periculosidade social imputada às populações caboclas
Luana do Rocio Taborda (Taborda, L. R.);
Título Revista
Profanações
Ano (publicação definitiva)
2023
Língua
--
País
Brasil
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Abstract/Resumo
Este artigo se propõe a analisar a Guerra do Contestado, ocorrida entre os anos de 1912 e 1916, nas terras do planalto meridional do Sul do Brasil, entre os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enquanto produto do biopoder e do racismo, em cujo conflito as populações caboclas foram associadas à periculosidade social, considerando o papel da raça, racismo e inferioridade socialmente imputadas. Embora este legado histórico reverbere de diferentes formas em tempos atuais, saliento como a população cabocla das terras Contestadas tem traçado estratégias de resistência visando reconhecimento de sua existência e de suas tradições culturais e religiosas. A metodologia agrega fontes bibliográficas e fotográficas, além de considerar o contexto histórico, cultural e econômico, procurando analisar o fenômeno da Guerra do Contestado com as lentes analíticas do biopoder, racismo e periculosidade social. Demonstra-se como as fotografias do conflito foram mobilizadas enquanto dispositivos de poder, e como o conceito de contra-memória, tal como formulado por Michel Foucault, permite compreender como a memória sempre está em disputa dada a pluralidade de poderes, forças e práticas socialmente existentes. Conclui-se que no caso dos povos que habitavam o Sul do Brasil no início do século XX, a construção da periculosidade social deu-se segundo um racismo estatal particularmente violento, evidenciando como na conjuntura histórica geradora do conflito do Contestado, o biopoder se exerceu através do racismo, onde o Estado e as instituições do poder perpetraram violências e chacinas sobre os corpos indóceis dos insurgentes.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Guerra do Contestado,biopoder,periculosidade social,população cabocla