Estudos sobre memória colaborativa têm revelado que a recordação do grupo nominal é significativamente superior à recordação do grupo colaborativo – efeito de inibição colaborativa. A explicação mais aceite para este efeito é a Hipótese da Interrupção das Estratégias Individuais de Recuperação da Informação. Este estudo teve como objetivo compreender se grupos colaborativos (trios) podem, num curto espaço de tempo, aprender a colaborar numa tarefa de evocação, maximizando o seu desempenho mnésico. A tarefa consistia no estudo individual de uma lista de 30 palavras à qual se seguia uma tarefa distratora, no fim da qual os participantes desempenhavam uma tarefa de evocação colaborativa com recurso ao método turn-taking. O procedimento repetia-se num total de três evocações. Os resultados revelaram que os participantes aprendem a colaborar no sentido em que o seu desempenho melhora significativamente ao longo das evocações, sendo esta melhoria notada logo após a segunda evocação. Medidas adicionais revelaram que os participantes avaliam a tarefa como sendo menos exigente cognitivamente na terceira evocação por comparação com a primeira. Estes resultados sugerem que é possível grupos colaborativos constituídos por estranhos (i.e., pessoas que não têm experiência de colaboração entre si) aprenderem a colaborar no sentido de maximizar o potencial mnésico do grupo. Tal efeito é justificado pelo facto de, à medida que os elementos do grupo aprendem a colaborar, as suas estratégias individuais de codificação e recuperação de informação se tornarem mais convergentes, traduzindo-se numa melhoria significativa do seu desempenho.

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