A etnografia enquanto metodologia foi desenvolvida pela Antropologia ao longo da sua história disciplinar, mas não se limita a ser uma metodologia antropológica. Ela vem sendo convocada por várias ciências sociais e humanas, e não só, onde a História é uma entre várias. Não é totalmente pacífico nos debates epistemológicos até que ponto podemos falar de uma etnografia especificamente urbana, mas é consensual que os contextos urbanos contemporâneos requerem muitas vezes o recurso à etnografia, seja ela levada a cabo com as pessoas que habitam e que fazem as cidades, seja ela de arquivo. Neste capítulo irei debater como a etnografia urbana pode contribuir para a história das cidades. Mais concretamente, irei centrar-me na análise de uma ferramenta metodológica da etnografia, o diário de campo, que pode ser utilizado, analisado e salvaguardado, enquanto material primário. É também uma ferramenta útil para lidar com os desafios éticos das pesquisas contemporâneas, sobretudo no caso dos trabalhos de investigação em contextos urbanos, independentemente da sua dimensão, devido ao caráter particularmente dinâmico das cidades

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