Nesta encruzilhada social em que se discute a hierarquia de valores (prioridade à política ou à finança, à economia global ou à economia local, aos valores ocidentais ou a valores étnicos, à indústria ou à ecologia, à religião ou ao feminismo) a estanquicidade tradicional entre as teorias sociais e as teorias doutrinárias, entre a sociologia e o direito em particular, entre factos e valores, actualmente levada a extremos, dificulta os debates morais implicados necessariamente na actualização das práticas cientificas relativamente às mudanças sociais em curso. Este texto procura enquadrar esta discussão sobre a interdisciplinaridade e os seus obstáculos epistemológicos no quadro geral da ciência, tendo por referência a denúncia da tradição cartesiana por António Damásio, no campo das neurociências. E, nesse contexto, apresentar as vantagens do uso do conceito de estados de espírito, e das dimensões sociais e ele associadas, desenvolvidos pelo autor em trabalhos anteriores em livro. Em particular apresentam-se dados de inquérito ilustrando as potencialidades compreensivas da abordagem em causa.

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• O espírito dos direitos humanos nas sociedades modernas