A pandemia provocou uma crise sanitária e económica, com consequências severas para os mais jovens que completaram a sua formação superior durante 2020 nos países europeus e não-europeus. A transição para o mercado de trabalho ficou suspensa, com ofertas de estágio ou emprego canceladas, perda de emprego e uma procura infrutífera de emprego. Estas dificuldades afetaram a vida pessoal dos jovens graduados, colocando-os em situação de vulnerabilidade económica, social e mental. A pandemia contribui para uma auto-perceção negativa da própria empregabilidade. Alguns jovens agem como “desencorajados”, desistiram de procurar emprego por considerarem que a altura não é propícia para essa procura. Os constrangimentos financeiros são sérios porque alguns graduados assumiram créditos bancários para completar os estudos, tendo em vista os retornos do ensino superior que se esperavam elevados. Certos jovens voltaram a depender económica e financeiramente dos pais, indo inclusive viver com a família. A expressão “limbo” é usada múltiplas vezes para ilustrar a incerteza face ao futuro. Os recém-graduados consideram que têm a vida suspensa e sem perspetiva. Esta situação contribui para aumentar a ansiedade, provoca depressão e stress. São estes os sintomas de saúde mental que são reportados, os quais estão intrinsecamente relacionados com a transição para o mercado de trabalho.

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