Inspirada pela ideia de ‘historicismo reflexivo’ que Christian Topalov usa no seu texto «Des livres et des ênquetes: pour un historicisme reflexif» (2001), proponho neste curto texto visitar a experiência passada do PRODAU (Programa de Doutoramento em Antropologia Urbana, ISCTE/URV) como objeto de inquirição e de reflexão. Tal como os livros-objeto «qui se déplacent sans cesse par l’action non plus de leurs auteurs, mais de leurs lecteurs» (Topalov, 2001: 307), também o passado deste programa tem circulado informalmente em conversas, ao sabor das memórias de quem o viveu, pelo que se pode tornar objeto de reflexão. A sua história é incerta e, tal como o esquecimento, escreve-se sempre no presente (ob.cit: 308). Talvez pela sua situação ambígua, em termos da organização disciplinar e da política científica da instituição onde se inseriu em Portugal —o ISCTE— a sua memória pertence exclusivamente à ‘tradição oral’, sem um registo escrito que ajude a fixar a sua existência.

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