As relações entre Portugal e Brasil têm sido muitas vezes caracterizadas tanto pela ambiguidade política como por uma retórica que oscila entre a fraternidade no discurso público e a condescendência no diálogo privado. Estas características estão no cerne de todos os progressos e de todos os obstáculos à institucionalização da relação bilateral e ajudam a explicar as particularidades do vínculo político entre Lisboa e Rio (inicialmente) ou Brasília (posteriormente). Este capítulo compara desenvolvimentos políticos paralelos ocorridos nos dois países e indica pontos de discórdia e atracção entre os dois países. O capítulo encontra-se dividido cronologicamente, em quatro secções: domínio colonial; os regimes do Estado Novo; o fim de ambas as ditaduras; e o período democrático. Ao analisarmos contrastes, semelhanças e influências recíprocas, argumentamos que as ligações históricas têm funcionado frequentemente como amortecedor, e não como motor, de uma agenda comum substantiva.

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Portugal,Brasil,Política externa,Relações transatlânticas,Comunidade lusófona

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