É já um lugar-comum afirmar o papel fulcral que o 25 de Abril de 1974 teve no processo de descolonização das colónias portuguesas em África, nomeadamente no que diz respeito à incorporação da descolonização como desígnio do programa do MFA e subsequente criação de itinerários políticos e jurídicos para as respetivas declarações de independência (ver Coutinho 1984; Marques 2013; Correia 2019). No caso de Angola, esse processo plasmou-se no âmbito do Acordo de Alvor de janeiro de 1975, que mapeava um itinerário para a independência do país através de uma negociação multilateral entre o governo português e os três principais movimentos de libertação – o MPLA, a UNITA e a FNLA –, que por sua vez estabeleceria um governo de transição tripartido, com pastas distribuídas entre os três movimentos até à realização de umas eleições que nunca se chegaram a materializar.

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