Comunicação em evento científico
-Vitória, vitória, repete-se a história? - (Des)igualdade de género nos livros recomendados pelo PNL
Andreia Nunes (Nunes, A.);
Título Evento
XI Congresso Português de Sociologia APS
Ano (publicação definitiva)
2021
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
Nos últimos anos com o re-surgimento e intensificação dos movimentos populistas todas as tentativas de identificar desigualdades de género nas várias áreas (comédia, cinema, literatura) são alvo de chacota e de backlash anti-género.Os livros infantis estiveram já na ribalta desta discussão, por ordem da denúncia dos livros da Porto Editora que continham atividades diferentes dirigidas a “meninas” e a “rapazes”, e a posição de vários organismos, entre os quais da CIG, levantou acusações de estarmos perante uma espécie de censura “reversa”.De facto a preocupação com os estereótipos de género nos livros infantis remonta aos anos 70, impulsionada pelos movimentos feministas e com o estudo pioneiro de Weitzman et. al (1972) e dos estudos que lhe seguiram, revelando a sub-representação feminina e o reforço de estereótipos na caracterização psicológica e física dos personagens, nas profissões, entre outros (Naharara, 1998; Brugeilles, Cromer & Cromer, 2002; Hamilton et. al, 2006; Paynter, 2011).No nosso país este tema mereceu também a atenção de algumas investigadoras que viriam mostrar a coincidência dos resultados analisados com o panorama internacional, entre eles o estudo levado a cabo por esta investigadora e que visou os livros premiados pela SPA/RTP na categoria de “Melhor Livro Infanto-Juvenil” (8 livros) e os estereótipos de género presentes nos mesmos (Nunes, 2017). À semelhança dos estudos internacionais verificou vários exemplos de estereótipos sobretudo no que concerne os hobbies, tempos de lazer e tarefas domésticas.Na sua investigação de doutoramento (a decorrer) expandiu o seu objeto de estudo para incluir os Livros Recomendados pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) entre 2009 a 2019 a fim de indagar sobre possíveis mudanças no decorrer desse período.Privilegiando uma abordagem de pesquisa intensiva concebeu uma grelha de análise onde registou aspetos relacionados com as competências, profissões, entre outras dimensões, presentes no texto e ilustrações, procurando também indagar sobre a presença das questões de género nos critérios de especialistas que selecionam os livros, realizando entrevistas semi-directivas (Ruquoy, 1997).Os livros infantis constituem objetos lúdicos (Ramos, 2017), mas são mais do que 295 of 627 objetos - os livros possuem capital cultural e simbólico (Bourdieu, 1982), contribuem para a formação da personalidade e para o acesso e fruição da cultura (Bastos 1999, Anderson e Hamilton, 2005), pelo que uma intervenção precoce na educação para a igualdade e diversidade de género (Saleiro, 2017) terá nos livros infantis poderosos aliados.Vitória, vitória, repete-se a história? Ou será que neste período de dez anos algo mudou na forma como os livros retratam homens e mulheres? O que fazer com os livros que apresentam estereótipos de género? Que diálogos são possíveis entre crianças, autores/as, famílias, escola e iniciativas de Políticas Públicas? Estas são algumas das questões a que a autora pretenderá responder na sua comunicação.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Palavras chave: Estereótipos de Género,Literatura infantil,Plano Nacional de Leitura (PNL)