Comunicação em evento científico
A participação das mulheres nas direções dos sindicatos da administração pública: uma sub-representação generalizada
Paulo Alves (Marques Alves, P.); Maria do Carmo Botelho (Botelho, M.C.); Lucinéia Martins (Martins, L.);
Título Evento
XVII Encontro Nacional de SIOT
Ano (publicação definitiva)
2017
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
Nos últimos decénios tem-se assistido a uma crescente incorporação das mulheres no mercado de trabalho. No segundo trimestre deste ano, a taxa de feminização da população ativa portuguesa era de 48,9% (INE, 2017). No conjunto da administração pública registava-se um valor bastante superior (59,7%), o qual era ainda mais elevado na administração central, alcançando os 62,3% (DGAEP, 2017). Em algumas profissões do setor público, em particular na educação e na saúde, ela atinge valores superiores a 80,0%. A questão que se coloca é de saber se estas elevadas taxas de feminização do emprego público se traduzem numa correspondente proporção de mulheres nos lugares de decisão dos sindicatos com jurisdição na administração pública, assim se providenciando uma sua adequada representação. O sindicalismo nasceu andro-centrado e revelando uma atitude sexista em relação ao papel da mulher na sociedade. Mais recentemente, vários estudos internacionais têm evidenciado que o crescimento em números absolutos e relativos das mulheres nos efetivos sindicais não se traduziu num aumento correspondente no seu número nos lugares de decisão. Para Le Quentrec et al., (1999), esta é uma situação socialmente construída, enquanto para Healy e Kirton (2000) a explicação reside nos sindicatos, que constituirão “oligarquias masculinas”. Chaison e Andiappan (1987) sustentam ainda que a divisão sexual do trabalho conduziu a uma segregação, restringindo a visibilidade e a influência das mulheres no movimento sindical. Esta comunicação tem por objetivo contribuir para o estudo desta temática em Portugal. Na sua base encontra-se a análise das fichas biográficas das equipas dirigentes dos sindicatos da administração pública onde se registaram eleições nos últimos quatro anos (2013-2016). Concluiu-se pela existência de uma sub-representação generalizada, a qual é, inclusivamente, muito expressiva em várias organizações que representam trabalhadores de profissões fortemente feminizadas. Em algumas delas foram realizadas entrevistas para compreender as causas de tão elevada sub-representação.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave