Nas últimas décadas tem-se assistido a novos desenvolvimentos da cultura física, assumindo o corpo uma acrescida importância enquanto produto de um sujeito activo. Estes novos valores têm introduzido novas configurações na incorporação (embodiment) das identidades de género no campo das práticas desportivas, que ultrapassam as tradicionais associações da masculinidade à força, competitividade e honra; e a feminilidade à fragilidade, graciosidade e elegância. Exemplo desta tendência encontra-se na crescente procura de desportos-jogos pelas mulheres, como constitui exemplo o Futebol, quer como praticantes federadas quer como adeptas, cuja expressão dá visibilidade à ruptura com os estereótipos tradicionais de género que ainda persistem nas sociedades. A partir da abordagem histórica e sociológica da problemática em análise, alicerçada em evidências empíricas, procurámos na nossa investigação aprofundar as questões da reprodução das relações de género no desporto, tido como espaço social marcadamente masculino na construção ideológica que presidiu ao que tem vindo a ser comummente aceite como desporto moderno.

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