Comunicação em evento científico
Identidade europeia: interseção entre desigualdades de escolaridade e económicas
Joao Henriques (Henriques, J.);
Título Evento
XI Congresso Português de Sociologia
Ano (publicação definitiva)
2021
Língua
Português
País
Portugal
Mais Informação
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Abstract/Resumo
A identidade europeia é apontada como um fenómeno estrutural, assente em factores microssociais, pelo que subsistem factores de diferenciação social a determinar que um sentimento de pertença colectivo europeu não é apenas uma questão de escolha mas também de posição social. Assim, não se desassocia da macroestrutura social nem das condições estruturais de existência. De facto, a distribuição do capital social, económico e cultural são variáveis determinantes que influenciam a maior abertura ou fechamento em relação à Europa. O estudo aqui proposto foca em primeiro plano a distribuição de capital educacional, e num segundo plano a distribuição de capital económico. Sabe‑se que as categorias sociais mais escolarizadas têm valores mais cosmopolitas, são mais favoráveis à internacionalização, apresentando também maiores níveis de um sentimento identitário supranacional. Contudo, pretende‑se esclarecer as seguintes questões: • Que especificidades se evidenciam no espaço de identidade europeia intersetando as desigualdades escolares com as desigualdades económicas (e de desenvolvimento humano)? • O nível médio de identidade europeia em cada país é mais influenciado por desigualdades internas ou desigualdades entre países? A metodologia aplicada é quantitativa, usando dados do Eurobarómetro, do Eurostat, e das Nações Unidas. Procurar-se-á como se configuram as relações entre um sentimento identitário europeu e as categorias de desigual capital educacional, e como essa relação se associa: a) entre países, à distribuição de riqueza (PIB); e, b) ao nível de desenvolvimento humano (IDH); c) dentro dos países, à desigualdade na distribuição de rendimentos internos (coeficiente de Gini). Esta abordagem permite associar possíveis interdependências das diversas formas de capital (educacional e económico), e averiguar como as desigualdades internas e as desigualdades entre países influenciam um sentimento de pertença europeu. A inovação prende‑se com 1) a análise do efeito da interseção de duas formas de desigualdade; 2) e a proposta de um novo indicador, o gap escolar identitário, que mede a divergência/convergência do sentimento identitário europeu entre as categorias sociais mais e menos escolarizadas. As conclusões sugerem que as desigualdades internas aos países, tanto de capital educacional como económico, terão maior relação com os níveis médios de sentimento de pertença europeu. Mas em ambas as categorias dos mais e menos escolarizados existe relação entre o nível médio identitário europeu e as desigualdades internas e entre países. Os maiores gaps escolares identitários relacionam‑se mais com a diferença do nível médio de sentimento identitário europeu observado nas categorias sociais menos escolarizadas, e é nestas categorias que o coeficiente de Gini e o PIB têm maior efeito.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
identidade europeia,capital educacional,capital económico