Afirmei anteriormente que a repetida constatação de um défice de trabalhos de pesquisa sobre o mar e os pescadores tende a tornar-se um lugar-comum propedêutico das modernas abordagens antropológicas aos universos piscatórios nacionais. Tendo constatado que nas vizinhas Espanha e França – duas grandes potências marítimas e de fortes tradições navais e haliêuticas – também é reportada a mesma ausência não é de crer que Portugal constitua um exemplo isolado no quadro europeu. Neste texto, exploro diversos aspectos de natureza teórica e epistemológica relacionados com este aparente paradoxo.

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