Muitos discursos contemporâneos são marcados pela retórica da ‘crise’. Em torno dessa noção se associam temas relacionados com a fragilidade humana (ética, ganância, etc.), com falhas institucionais (incompetência na regulação, legislação laboral, etc.), com obsessão com ‘falsas’ teorias (esgotamento do neo-liberalismo, etc.), origens culturais nacionais, falhas das políticas públicas (regresso a Keynes) ou risco sistémico (globalização e compressão ‘espaço-temporal’, crédito e expansão geográfica, poder e ‘financeirização’). Também em torno da noção de ‘globalização’ se pode encontrar uma assinalável diversidade de conotações de natureza diferente. Principalmente em torno da noção de ‘globalização financeira’, vão confluindo para o reconhecimento de que os problemas contemporâneos terão que ser entendidos como wicked problems exibindo cada vez mais as propriedades de ‘cisnes negros’ imprevisíveis. As formas de resposta societal exigem, assim, formas cada vez mais sofisticadas de interpretação e acção em que a inovação social na construção de novas formas de governança colaborativa e multinível se torna incontornável. O domínio da luta contra a pobreza é particularmente expressivo das perplexidades com que se debatem as sociedades contemporâneas.

--

Wicked Problems; Crise; Globalização; Coesão Territorial; Inovação Social