Num contexto de pandemia, como o que vivemos em 2020, as/os assistentes sociais foram obrigados a questionar e reformular as suas práticas e formas de atuação, com novas formas de intervenção, desenvolvimento de nova atividades e serviços, ou adaptação dos mesmos, por forma a dar resposta às necessidades que foram surgindo. Os dados recolhidos no estudo “Desafios ao Serviço Social em Tempos de COVID-19” permitiram identificar a formas de intervenção num contexto de pandemia, assim como identificar os problemas, as estratégias e os desafios que se colocaram aos assistentes sociais e às instituições em que exercem a sua profissão. Nesta segunda fase do estudo, tivemos como objetivo direcionar a análise e interpretação dos resultados no âmbito específico da ação social, na intervenção com famílias e comunidades. Assim, esta dimensão do estudo contou como uma amostra que abrangeu 195 respostas, existindo uma sobre representação do sexo feminino, conforme esperado, o que constitui 93,3% da amostra (N=180). A maioria dos participantes exercia funções no setor privado não lucrativo, na Área Metropolitana de Lisboa (45,1%) e exclusivamente na área da Ação Social, Famílias e Comunidades (68,7%; N=109). A área de intervenção Ação Social, Famílias e Comunidades encerra um conjunto diversificado de públicos e serviços, cada um com restrições de atuação face ao contexto da pandemia COVID-19. Apresenta-se, assim, uma análise mais sistemática dos dados setoriais relativos à intervenção nesta área, identificando as modalidades de intervenção, atividades, dificuldades, mecanismos de resposta e principais desafios colocados aos assistentes sociais que exercem funções nesta área. A experiência vivida neste período destacou a necessidade de assistentes sociais consolidarem competências para enfrentar crises futuras. O bem-estar dos cidadãos e o seu direito à participação social exigem preparação teórica, metodológica, ética e operativa, assim como ação ao nível preventivo e capacidade de influência política.

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