Ciência-IUL
Publicações
Descrição Detalhada da Publicação
Our music, our world: Wind bands and local social life: Book of abstratcs
Ano (publicação definitiva)
2019
Língua
Inglês
País
Portugal
Mais Informação
Web of Science®
Esta publicação não está indexada na Web of Science®
Scopus
Esta publicação não está indexada na Scopus
Google Scholar
Esta publicação não está indexada no Google Scholar
Abstract/Resumo
Partindo do que indicou Pedro Marquês de Sousa, no seu estudo Bandas de Música
na História da Música em Portugal, “a década de setenta do século XX constitui um
período de transição na história da das bandas portuguesas, deixando para trás um
período de crise (as décadas de cinquenta e sessenta)” (Sousa, 2010, p.374). O início
da década de 1950 coincide com o corporativismo das associações culturais por parte
do regime do Estado Novo através dos terceiros Estatutos da Fundação Nacional para
a Alegria no Trabalho, que obrigaram as associações culturais e associações de
recreio a filiarem-se neste organismo, sob pena de suspensão temporária da sua
atividade ou mesmo da dissolução da mesma. Tais estatutos colocaram um fim ao
modelo “liberal” praticado pelas associações filarmónicas até ao momento, passando
estas a ser reguladas pelo modelo corporativista da FNAT. Esta supremacia veio
prejudicar a Federação das Sociedades de Educação e Recreio, instituição que desde
a década de 1924 regulamentava tais associações. A crise que se começara a sentir
desde a década de 1930, em grande medida pela difusão dos grupos de jazz e pela
falta de interesse por parte dos jovens a aderir a tais sociedades filarmónicas,
agudiza-se com a vigilância e ação direta do Estado nestas, através da FNAT. Outro
dos fatores que contribuiu para a crise filarmónica a partir da década de 1950 foi a
alteração do sistema de afinação de 452 Hz (afinação “brilhante”) para 440 Hz
(afinação “normal”) em 1953, que criou a necessidade de aquisição de novos
instrumentos para a constituição das bandas filarmónicas. Estas, não tinham poder
financeiro suficiente, sendo as suas receitas provenientes das quotas dos sócios,
peditórios e donativos pontuais, fator que levou a um abrandamento da sua atividade.
Finalmente, outro fator prende-se com as transformações demográficas da década de
1960, sendo estas devidas à emigração e ao destacamento para a Guerra Colonial, que
veio alterar os recursos humanos disponíveis nestas bandas civis.
Agradecimentos/Acknowledgements
--
Palavras-chave
Associativismo,Política cultural,Banda filarmónica,Corporativismo