Num mundo onde muitos mundos encaixam ou num mundo crescentemente "pluriverso", atravessado por dinâmicas de mudança social à escala global, as desigualdades sociais têm vindo a aumentar (entre países e no interior de cada país). Temos a perceção que os desafios associados, tendo em vista a coesão social e a defesa das condições de vida e de bem-estar das populações são de grande complexidade. No nosso papel enquanto investigadoras, procuramos aqui avançar um pequeno contributo: para a construção de ações e medidas de monitorização de uma agenda de desenvolvimento capaz de incluir a visão das pessoas nos seus contextos. Para demonstração do potencial heurístico do modelo desenvolvido, tomamos como referência empírica a Pluriversidade Comunitária (PC) - uma iniciativa social solidária emergente, fundada em um modelo de experimentação organizacional de construção e partilha de conhecimento "a partir de baixo". A metodologia de pesquisa é suportada numa triangulação metodológica quanti-qualitativa (inquéritos ao universo de membros fundadores; entrevistas semiestruturadas a representantes das duas estruturas responsáveis pela dinamização de atividades com grupos comunitários de freguesias de Lisboa; análise documental). Os resultados destacam a relevância da PC enquanto ação que permite o reconhecimento e representação de segmentos sociais “minoritários” e enquanto via de materialização de novos diálogos entre os saberes académicos e os conhecimentos não formais e informais que norteiam a ação quotidiana e conferem significados à experiência social na visão de quem a realiza: as pessoas.

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Desenvolvimento comunitário,Pluriversidade comunitária,Partilha de conhecimentos