Este estudo analisa as estratégias de mediação de três organizações internacionais fundamentais: a Liga dos Estados Árabes (LAS), a Organização das Nações Unidas (UN) e a União Europeia (EU) no contexto do conflito sírio, desde 2011 até à queda do regime de Assad em dezembro de 2024. Baseando-se nos Sete Factores de Mediação de Herberg como quadro analítico, o estudo explora a forma como as caraterísticas institucionais, a vontade política e as escolhas estratégicas moldaram a abordagem e a eficácia de cada organização. Recorrendo a um estudo de caso qualitativo e comparativo, o estudo triangula dados de documentos oficiais, literatura secundária e 18 entrevistas semi-estruturadas com diplomatas, profissionais, actores da sociedade civil e funcionários. A análise revela que a UN demonstrou um elevado grau de coerência processual, enquanto a LAS sofreu de fragmentação interna e a EU se centrou num empenhamento normativo e multifacetado. Apesar dos seus perfis diferentes, as três organizações não dispunham da influência e da coerência de mediação necessárias para influenciar a dinâmica central do conflito. O estudo conclui que a eficácia da mediação depende não só da competência técnica e da legitimidade, mas também da capacidade de adaptar as estratégias a um ambiente geopolítico complexo, de exercer pressão e de manter mecanismos de acompanhamento sustentáveis. Ao abordar de forma crítica a teoria e a prática, a dissertação contribui para a literatura sobre mediação internacional, salientando as limitações dos modelos existentes quando aplicados a conflitos assimétricos e multipolares. Sublinha a necessidade de as organizações internacionais adoptarem abordagens mais realistas do ponto de vista político e sensíveis ao contexto. As conclusões têm implicações para a prática futura da mediação, para a reforma institucional e para a conceção de processos de paz inclusivos e aplicáveis em conflitos prolongados. Palavras-chave: Conflito Sírio; Mediação Internacional; D...