The link between representatives and constituencies is a vital part of the political life in every democracy. In most countries citizens’ votes are clustered in electoral districts, and political representatives are to varying degrees accountable to the districts (constituencies) that elected them. So, How do MPs behave in their home constituency?; How do MPs use the parliamentary floor to cater to districts’ interests?; How are recruitment and post-assignment in parliament used to connect with constituencies? Which factors explain differences in constituency-focus? These are some of the questions that animate the project HOME. The analysis unfolds in the context of a Small-N comparative study including Ghana and South Africa. These are two of the most established democracies in Africa, with remarkable records of free and fair elections and highly institutionalized party systems. However, they have important institutional and contextual differences that make the empirical analysis of constituency service relevant. The project applies an ambitious mixed methods research strategy that combines different types of quantitative (surveys, MPs’ biographies, parliamentary activity) and qualitative (documental research, interviews) data to answer the research questions and test different set of hypotheses. 

Antes da crise económica e financeira internacional de 2008 e do seu impacto na Europa, nomeadamente a crise de dívidas soberanas e as políticas de austeridade que se seguiram, os eruditos que estudam as democracias europeias da Europa do Sul concentraram-se nas respetivas consolidações democráticas ou na qualidade da democracia (ver Morlino, 1998, e Gunther, Diamandouros e Phule, 1995). Contudo, as democracias europeias do Sul têm vivido profundas modificações desde a emergência da crise económica e financeira de 2008. Como Matthijs (2014) indica, ‘é ampla a evidência de que a força da democracia liberal na Europa do Sul diminuiu desde 2010, observando-se um enfraquecimento dos direitos civis e políticos, do estado de direito e do funcionamento dos governos’. Claramente que existem mudanças significativas no funcionamento das democracias contemporâneas, especialmente naquelas que tem sofrido políticas de austeridade dolorosas e que perduram. O objetivo deste projeto é examinar estas modificações analisando o caso de Portugal, um dos países da Europa do Sul mais severamente afetado pela crise, tanto numa perspetiva longitudinal como comparativa. É claro que existem respostas diferentes a estes desafios externos e trajetórias distintas de adaptação. Pode considerar-se o caso português como um bom exemplo de um dos problemas mais importantes que as democracias contemporâneas têm de enfrentar, como a perda de confiança dos cidadãos em relação à capacidade das instituições democráticas – particularmente legislaturas, partidos e elites políticas – para resolver problemas e atingir metas coletivas.

O projeto desenvolve-se a dois níveis:1)    Realização de pesquisas conjuntas comparando os sistemas políticos de Portugal e do Brasil (análise do perfil das instituições políticas e seu funcionamento, das atitudes e comportamentos políticos, e das relações de representação política), capitalizando, para tanto, os dados produzidos no âmbito das pesquisas dos proponentes ou de bases de dados internacionais.2)    Desenvolvimento da cooperação e intercâmbio na área do ensino pós graduado de Ciência Política entre o ISCTE-IUL e o IPOL-UnB, que possibilite o enriquecimento mútuo de experiências pedagógicas e de conhecimentos (estadia de doutorandos/mestrandos portugueses na Universidade de Brasília, para aí frequentarem cursos, participarem em debates e pesquisas científicas, e vice-versa para alunos brasileiros no ISCTE-IUL). Espera-se idêntico intercâmbio ao nível de professores, para a realização de conferências, a lecionação de cadeiras ou cursos breves e o gozo de licenças sabáticas.