De que modo as associações voluntárias-populares contribuem para o desenvolvimento local? Este projeto de investigação analisará o contributo do associativismo voluntário-popular para o processo de desenvolvimento dos territórios e das comunidades, a partir de um estudo comparativo dos concelhos do Barreiro e de Loures, entre 1960-2021. Mobilizando a problemática da ação coletiva, continuada e organizada, em relação com os processos de desenvolvimento local e mudança social, pretende-se estudar as dinâmicas de ação coletiva associativa portuguesa, através de um duplo enfoque: (i) a escala mesossocial e as associações; (ii) a escala microssocial e os dirigentes associativos. Pretende-se contribuir para o avanço do conhecimento teórico-empírico sobre o associativismo popular e para a caracterização das suas organizações. Para isso, empreender-se-á uma estratégia metodológica mista, com recurso à aplicação de inquéritos por questionário às associações, realização de entrevistas em profundidade aos dirigentes e a pesquisa documental. Orientação: Nuno Nunes (CIES-Iscte) e Patrícia Ávila (CIES-Iscte)  

ABRIR ABRIL centra-se na promoção e fortalecimento do associativismo livre, a partir de três territórios BIP/ZIP e da sua envolvente, com enfoque nas conquistas da democracia, prestes a celebrar 50 anos. A criação de laboratórios de história viva (iniciativa de ciência cidadã), fóruns e roteiros, articulam novos e velhos movimentos associativos para responder aos desafios atuais e fazer cumprir o direito à cidade. ABRIR ABRIL acompanha o cinquentenário da Revolução dos Cravos, através da criação de rotas comemorativas do associativismo e da conquista pelo direito à habitação, contadas pela voz dos próprios habitantes nos três bairros em estudo: Bairro 2 de Maio (Ajuda), Bairro dos Lóios (Marvila) e Bairro da Bela Flor (Campolide).

O inquérito decorre no âmbito de uma parceria entre o OBAP - Observatório do Associativismo Popular e o OPAC - Observatório Português das Atividades Culturais. A investigação pretende mapear e caracterizar o associativismo popular português, a partir de um conjunto de perguntas variadas sobre as associações, as suas atividades, os sócios, dirigentes e seus projetos. O OBAP é um projeto de parceria entre a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto e duas universidades portuguesas, o Iscte – Instituto Universitário de Lisboa (nomeadamente, o Centro de Investigação e Estudos em Sociologia) e a Universidade Lusófona, cujo objetivo é aprofundar o conhecimento sobre o associativismo popular português. O OPAC é uma estrutura constituída em dezembro de 2018 no Iscte - Instituto Universitário de Lisboa no quadro do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-Iscte) que é a instituição responsável pelo seu funcionamento e coordenação científica. Tem como missão o estudo, produção e disponibilização pública de informação rigorosa e atualizada nos diversos domínios culturais visando desta forma contribuir para os debates atuais na sociedade portuguesa e para a formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas.