Vimos nos últimos anos a ascensão de governos de ultradireita em diferentes regimes políticos e de candidatos cujos discursos populistas vieram a se adequar ao uso das novas tecnologias da comunicação e da informação. No Brasil, observamos recentemente este fenômeno a partir da campanha e posterior eleição de Jair Bolsonaro à presidência da república. Partindo deste contexto, buscamos com esta tese compreender as transformações na comunicação política sobre e da terra no Brasil contemporâneo e as suas disputas, levando em consideração a crescente utilização das novas tecnologias da comunicação ao longo desse tempo e a sua integração no modo de comunicação em rede, a partir 1) da análise dos discursos relacionados ao tema nas campanhas presidenciais de 2010, 2014 e 2018, num contexto de ascensão do populismo digital, e 2) da comunicação articulada pelo Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) nesse mesmo período. Para tal, desenvolveu-se uma análise de conteúdo seguida de uma Análise Crítica do Discurso sobre as campanhas presidenciais em debates televisionados e no Twitter de Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro e uma análise de redes semânticas da conta oficial do Twitter do MST, seguida da aplicação de entrevistas em profundidade a então e atuais integrantes do setor nacional de comunicação do movimento. Orientação: Claúdia Álvares (CIES-Iscte) Guya Accornero (CIES-Iscte)