Projetos de Investigação
Controle e violência através da habitação e da arquitectura, durante as guerras coloniais. O caso português (Guiné-Bissau, Angola e Moçambique): documentação colonial e análise crítica pós-independência
Qual foi o papel da Arquitectura durante a guerra colonial (1961-74) no suporte ao colonialismo português? Partindo da rara bibliografia existente que interpela Arquitectura, Colonialismo e Guerra (He17;He18), mas também ponderando a relação entre Violência e Colonialismo (LuMo14), a pesquisa foca-se na produção de Habitação durante as guerras de libertação na antiga África Continental Portuguesa, e suas repercussões no período imediato às independências das nações da Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. O projecto prevê 2 fases: 1) análise da produção da habitação realizada nos últimos 14 anos de colonialismo, considerando a composição da sociedade colonial e os 3 agentes de Obras Públicas Coloniais (OPC ) envolvidos, abordada na perspectiva do tratamento arquivístico e documental, cartográfico e descrição historiográfica; 2) identificação e análise crítica do estado desse parque habitacional no período imediato a 1974/75 (abandono, reconfiguração e apropriação) e seu contributo na formação de fenómenos como a desigualdade no acesso e na qualidade (plástica, técnica e funcional) da casa pelas sociedades pós-independências. A investigação questiona o papel da guerra na criação de mecanismos de controle, recorrendo à arquitectura e ao urbanismo, tendo a produção de habitação como centro. Observa 3 fenómenos: a) novos bairros de expansão urbana de classe-média e económicos, edificados sobre musseques e caniços, para controle de populações; b) colonatos em áreas económicas estratégicas; c) reordenamentos rurais resultantes de deslocações massivas de camponeses africanos em territórios de guerra. Traça uma leitura contínua entre colonização e pós-independência, relacionando o direito à habitação com as diferentes infraestruturas residenciais herdadas do período colonial. Na 1ª fase o estudo considera os 3 grupos de habitantes que caracterizaram as narrativas coloniais: a) colonos europeus, b) assimilados e c)  populações africanas. Analisa as paisagens urbana e rural onde...
Informação do Projeto
2021-03-29
2024-09-28
Parceiros do Projeto
Desenvolvimento portuário das infra-estruturas portuguesas na África continental (Angola e Moçambique): análise crítica e histórica e avaliação pós-colonial
Objetivos 1) a análise do processo infra-estrutural a partir do mapeamento de 3 tipologias específicas de Obras Públicas coloniais (PW), que serão abordadas na perspectiva de seu processamento arquivístico, documental e cartográfico e de sua descrição historiográfica; 2) a identificação e análise crítica do estado dessas infra-estruturas (reutilização, fortalecimento ou decadência), após as independências de 1975. A pesquisa baseia-se na hipótese de que a infra-estrutura territorial colonial deixa marcas resilientes no ambiente construído pós-colonial e que esse impacto deve ser analisado de forma a apoiar ações futuras. O Arquivo Histórico Ultramarino possui uma parte essencial da coleção de documentos sobre o PW colonial dos séculos XIX e XX. O processo de arquivamento, catalogação e descrição será uma responsabilidade do projeto, tornando-os disponíveis para a comunidade científica. Após o mapeamento, recorrendo à cartografia especializada, toda a documentação será recolhida, e os estudos de caso serão selecionados, com base em critérios específicos (relevância estratégica, escala, impacto no ambiente construído). Sua descrição detalhada e histórica segue, a fim de criar registros de inventário na plataforma web HPIP da FCG e referência no SIG, juntamente com a verificação do estado de conservação e com o levantamento das intervenções pós-dependência.
Informação do Projeto
2016-04-04
2019-12-31
Parceiros do Projeto