A entrada de Portugal na União Europeia em 1986 contribuiu para o aumento da mobilidade geográfica entre cidadãos portugueses e europeus e para o consequente aumento de contactos sociais em contextos profissionais, educativos e culturais. Neste sentido, o alargamento do mercado matrimonial português a outros cidadãos de origens nacionais distintas, poderá ter contribuído para o aumento do número de casamentos binacionais entre portugueses e europeus. Pretendemos com este estudo analisar a evolução e os padrões de casamentos intraeuropeus entre 1997 e 2011. As análises com base nos microdados dos casamentos disponibilizados pelo INE revelaram três grandes tendências: decréscimo dos casamentos binacionais com europeus da UE15, em simultâneo com o aumento dos casamentos entre portugueses e outros europeus, aumento exponencial da coabitação e casais maioritariamente homogâmicos em termos educacionais e etários. A realização de uma Análise de Correspondências Múltiplas em articulação com a Análise de Clusters permitiu a construção de uma tipologia de casais intra-europeus.

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