Publicação em atas de evento científico
Morfologias urbano-regionais portuguesas: padrões socio-espacias nos povoados piscatórios do litoral central e nas aldeias avieras do Tejo
Vânia Teles Loureiro (Loureiro, V.); Rosália Guerreiro (Guerreiro, M.); Valério Augusto Soares de Medeiros (Medeiros, V.);
Atas do XVI Congresso Ibero-Americano de Urbanismo
Ano (publicação definitiva)
2014
Língua
Português
País
Portugal
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Abstract/Resumo
Este trabalho pretende contribuir para a investigação dos Palheiros do Litoral Central (Oliveira & Galhano, 1964) enquanto parte de um processo migratório que se estende (tanto temporal quanto geograficamente) às Aldeias Avieiras no Rio Tejo. A situação aparenta promover a dispersão de um grupo cultural muito específico, bem como das suas especificidades sociais, formas de habitar e trabalhar. Focando na análise morfológica de vários desses assentamentos, exploram-se semelhanças sócioespaciais (padrões espaciais emergentes) de forma sincrónica e diacrónica. Se por um lado a caracterização do contexto físico permite o reconhecimento das tendências formais do espaço, por outro o debate quanto à expansão do sistema construído assegura estarmos perante espaços orgânicos emergentes, resultantes das regras da auto-organização, que mesmo não sendo previsíveis correspondem a um padrão específico de desenvolvimento. Quanto aos aspectos procedimentais, a investigação baseia-se na Teoria da Sintaxe Espacial (Hillier & Hanson, 1984), amparando-se nas técnicas analíticas que permitem a análise de relações, ou seja, da configuração espacial por meio de medidas topológicas (Conectividade, Integração, Inteligibilidade, Sinergia, Controle e Escolha). Definem-se como casos de estudo dos Palheiros do Litoral: Costa de Lavos, Praia da Tocha e Leirosa; das Aldeias Avieiras: Escaroupim, Palhota e Lezirão. Os resultados oriundos das modelagens configuracionais diacrónicas permitiram perceber as consequências das transformações espaciais para a dinâmica diacrônica dos assentamentos. Comparando a situação original com a atual foi possível observar a expansão da malha urbana e a perseverança da formalidade pré-existente, uma espécie de continuum no tempo. Trata-se de um processo de ocupação espontânea e provisória por uma população com escassos recursos e condições físicas do território altamente instáveis mas que revela sistematicamente a repetição de um mesmo padrão sócio-espacial. Os achados obtidos esclarecem a respeito da possibilidade de intervir nos Palheiros do Litoral Central (ou das Aldeias Avieiras), todavia sem alterar elementos componentes de sua legibilidade. O instrumental aplicado demonstrou como identificar algumas das características proeminentes da organização espacial, que a despeito de reformulação e requalificações contemporâneas poderiam não afetar as relações implícitas. Esta condição fundamenta o princípio da “evolução” dos espaços sem que haja prejuízo para a sua Identidade – as características inerentes às relações sócio-espaciais mantém-se e expandem-se, enquanto a forma e materialidade dos seus edifícios se altera.
Agradecimentos/Acknowledgements
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Palavras-chave
Sintaxe espacial,Arquitetura vernacular,Morfologia urbana
Registos de financiamentos
Referência de financiamento Entidade Financiadora
PEst-OE/SADG/UI3126/2013 Fundação para a Ciência e a Tecnologia