O presente estudo pretendeu explicar de que forma e em que situações a existência de conflito trabalho-família pode influenciar o desempenho do colaborador. Partindo da teoria da conservação dos recursos (Hobfoll, 1989, 2002) procuramos testar a hipótese de que a percepção de conflito trabalho-família afeta o desempenho dos indivíduos averiguando o papel que a diminuição dos recursos cognitivos do indivíduo pode ter para a explicação deste processo. Os dados foram recolhidos através de um questionário, o qual foi aplicado em dois tempos distintos a uma amostra de enfermeiros e respectivos supervisores de duas diferentes instituições privadas portuguesas. O desempenho no trabalho foi medido através das avaliações dos respetivos supervisores. Os resultados obtidos vão ao encontro da nossa hipótese geral. Por outras palavras, os resultados sugerem que o conflito trabalho-família percebido diminui os recursos cognitivos do colaborador, o que, por conseguinte, minimiza o seu desempenho no trabalho. Resultados, implicações práticas e sugestões para estudos futuros são discutidas.

--

conflito trabalho-família; auto-eficácia; identificação organizacional; teoria da conservação dos recursos