Esta comunicação tem como objetivo analisar de que forma a crise financeira, económica e social se traduziu por transformações nos sistemas educativos dos países da Europa do Sul (Portugal, Espanha, Itália e Grécia). Partindo do questionamento da noção de ‘crise’, analisaremos de forma comparativa a forma como foram introduzidos (ou reorientados) mecanismos de avaliação nos diversos níveis de funcionamento dos sistemas educativos e o seu impacto sobre a igualdade de oportunidades educativas. Utilizaremos para isso informação resultante de um estudo comparativo realizado os quatro países atrás referidos, tomando em consideração: • O carácter complexo e contraditório da definição de prioridades de política educativa e dos seus processos de implementação, mostrando como orientações diferenciadas produzem resultados educativos igualmente diferenciados, contrariando as conceções de senso comum que tendem a olhar para as políticas como tendo todas os mesmos resultados; • A análise das prioridades das políticas educativas e o papel desempenhado nestas pelos mecanismos de avaliação • O peso relativo na evolução dos indicadores de igualdade de oportunidades educativas das medidas de adaptação à situação de crise fiscal do estado (nomeadamente orientadas para a redução de custos de funcionamento dos sistemas) por contraposição à tomada de medidas de política centradas na concretização de orientações ideológicas (sem efeito sobre a estrutura de custos nem utilizando mecanismos de legitimação baseados nessa orientação de redução de custos).

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